Um homem de 38 anos realizou ao menos dez disparos para cima e se suicidou, ontem à tarde, na Avenida Campos Salles, em Americana. Moradores e comerciantes da via se trancaram dentro de seus imóveis durante a movimentação, que levou cerca de 20 minutos. A vítima foi identificada como Leandro Raimundo Nascimento, que era agente de apoio socioeducativo da Fundação Casa de Limeira. Familiares chegaram a dizer para a PM (Polícia Militar) que o homem estava afastado por "problemas psicológicos", mas a instituição afirmou que ele estava trabalhando.
De acordo com o tenente da PM Marcel, a polícia foi chamada por volta das 14h, após receber relatos de que um indivíduo estava na Avenida Campos Salles efetuando vários disparos para cima e "falando que ia se suicidar". Uma unidade da Força Tática chegou ao local e tentou negociar com o homem, que estaria "irredutível".
"Não dá para precisar, mas foram mais de dez disparos, a maioria para cima. O último infelizmente foi na própria cabeça. () Normalmente, nesse tipo de situação a gente tenta trazer algum conhecido, algum familiar, pra convencer a não fazer. Ele falou que não ia adiantar, porque não ia dar tempo e ele ia se matar mesmo", relatou o tenente Marcel.
Ainda de acordo com o PM, familiares teriam apontado que o homem estava com depressão. Ele deixou uma esposa e dois filhos.
"Os familiares falaram que ele estava com problema de depressão há algum tempo. () Ele era agente socioeducativo da Fundação Casa (de Limeira) e estava afastado por problemas psicológicos", disse o tenente.
O delegado Robson Gonçalves de Oliveira informou que a arma utilizada era uma pistola Taurus .380, e que era de propriedade da vítima. A Polícia Civil investigará o caso.
Em nota, a Fundação Casa lamentou a morte do servidor e disse que "prestará apoio aos familiares". A instituição informou que o homem era funcionário desde 2013 e que atualmente estava trabalhando, mas não confirmou se ele chegou a ser afastado.
LOJAS FECHADAS
Comerciantes e moradores dos arredores da Avenida Campos Salles relataram momentos de tensão enquanto o homem realizava os disparos. Um comerciante de 38 anos, que pediu para não ser identificado, contou que todas as lojas fecharam as portas.
"Eu estava aqui dentro (da loja) quando escutei três tiros, achei que era bomba. Saí lá fora e já tinha uma galera olhando assustada e ele foi para o meio da rua. Ficou ali atirando para o alto um monte de vez. Começou a gritar, mas não dava para escutar. Todo mundo foi para dentro, fechou o comércio. Ficaram com medo porque ele não parava de atirar para o alto. Era muito tiro, um atrás do outro", comentou.
Um morador de 82 anos viu a movimentação de dentro de casa. "Eu estava aqui do portão vendo ele. A polícia falava o nome dele, 'vamos conversar, vamos conversar', mas não adiantou", contou.
"A primeira coisa que fizemos foi isolar o local para que civis não fossem atingidos", explicou o tenente Marcel.
Fonte: Jornal Todo Dia
