O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi) está denunciando a existência de vários locais com focos do mosquito Aedes Aegypti no entorno e na parte interna da Penitenciária Irmão Guido, em Teresina. Os agentes registraram, em vídeo, vários esgotos a céu aberto correndo na área externa da unidade prisional e o acúmulo de água parada em pneus velhos jogados próximos aos muros.
Em conversa com o PortalODia.com, o vice-presidente do Sinpoljuspi, Kleiton Holanda, informou que este não é um problema restrito apenas à Penitenciária Irmão Guido. “Em maior ou menor escala, todas as unidades do Estado sofrem com a falta de estrutura que propicia o acúmulo de água e cria um ambiente ideal para a proliferação do mosquito. As infiltrações são os maiores problemas”, diz Kleiton Holanda.
Segundo o Sinpoljuspi, durante a noite, os agentes precisam fazer uso de repelentes nos alojamentos e nas celas onde ficam os detentos para tentar dispersar a grande quantidade de mosquitos que se acumula nesses locais. “Isso é um risco muito maior para as mulheres que chegam à penitenciária para visitar seus companheiros e familiares. Muitas delas estão grávidas. Em meio a um surto de microcefalia relacionado a um vírus transmitido pelo Aedes Aegypti, essa situação é inadmissível”, finaliza Kleiton Holanda.
Superlotação
Projetada para abrigar 144 detentos, atualmente a Penitenciária Irmão Guido conta com 405, mais que o dobro de sua capacidade máxima.
Estado de Emergência
No final de 2015, a Secretaria de Justiça e o Governo do Estado decretaram estado de emergência nas unidades prisionais do Piauí por conta das rebeliões que marcaram o mês de dezembro. Com o decreto, a Sejus fica autorizada a realizar obras emergenciais de reparo na estrutura física dos presídios.
O outro lado
O PortalODia.com entrou em contato com a Secretaria de Justiça que informou já ter em andamento mutirões de combate ao mosquito nos presídios do Estado.
Confira a nota na íntegra
A gerência da Penitenciária Regional Irmão Guido informa que está realizando uma série de mutirões contra o mosquito Aedes Aegypti, principalmente por se tratar de unidade prisional construída há mais de 10 anos e que carece constantemente de serviços de manutenção e reformas. Com o início do período chuvoso, os riscos para a proliferação do mosquito aumentam e a unidade vai intensificar as ações de combate, incluindo, ainda, a participação dos detentos nos mutirões de limpeza e manutenção. No projeto de reforma da penitenciária, que tem início previsto para este mês, alguns locais propensos à proliferação do mosquito serão reformulados e a parte sanitária da unidade será totalmente restabelecida.
Fonte: Portal O Dia