Em assembleia realizada na tarde desta terça-feira (20) em frente à penitenciária da Papuda, agentes penitenciários do Distrito Federal decidiram suspender a greve pelo período de 15 dias. A categoria cobra o pagamento do reajuste salarial aprovado em 2013 – suspenso por Rollemberg, que alegou não ter dinheiro em caixa para realizar o repasse neste ano – e concurso para remanejamento de servidores.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias, Cleber Virgílio, a decisão foi tomada após o GDF se comprometer a apresentar cronograma do pagamento dos reajustes salariais. Segundo ele, o governo também disse que vai criar um grupo de trabalho entre os servidores para debater melhorias com a categoria. “Queremos que nesses 15 dias saia algo mais concreto”.
Em nota, o GDF informou que a greve foi suspensa após negociação com a categoria e que vai discutir com o sindicato as demandas dos servidores.
Devido à paralisação, as visitas aos presidiários e as escoltas judiciais foram canceladas. Atividades na área administrativa e atendimento aos advogados e oficiais de Justiça também deixaram de ser realizados. “Com a suspensão da greve, volta a rotina normal a partir de amanhã [dia 21], com visitas, escoltas judiciais. Todas as atividades estão voltando à normalidade”, afirma o diretor.
Virgílio afirma que o sindicato não chegou a ser notificado sobre a decisão do Tribunal de Justiça de sexta-feira (16) que aumentou a multa de R$ 100 mil para R$ 300 mil a categorias que não cumprissem decisão judicial de suspender a paralisação.
É a segunda vez que os servidores decidem parar a greve. Depois do início da paralisação, a categoria votou por encerrar o movimento. Dias depois, a greve foi retomada.
Para o desembargador da 1ª Câmara Cível, encerrar uma greve e iniciar outra não descaracteriza a continuidade e a ilegalidade do movimento. Ele considerou a ação uma “afronta à decisão judicial”.
“A atitude dos sindicatos réus de não cumprir a determinação de imediato retorno ao trabalho consiste em ato atentatório contra a dignidade da Justiça e, com isso, estão colocando até mesmo em risco a vida dos usuários dos serviços públicos de saúde do Distrito Federal. As decisões judiciais e a lei devem ser respeitadas e não simplesmente desconsideradas, como fazem os sindicatos réus, ainda mais quando tentam fazer prevalecer interesses individuais de seus dirigentes e sindicalizados”.
O DF tem seis presídios, e cinco deles ficam no Complexo Penitenciário da Papuda (Feminino, penitenciárias I e II, Centro de Detenção Provisória e Centro de Internação e Reeducação). Eles têm juntos cerca de 14 mil detentos.
Fonte: G1