Após onda de homicídios, presídio no Acre tem tiroteio e rebelião

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Presos da Unidade Prisional 4 (UP4), mais conhecida como "Papudinha", em Rio Branco, iniciaram uma rebelião após um tiroteio na entrada da unidade. A situação ocorre na noite desta terça-feira (18). Ao menos um preso teria sido ferido e é mantido dentro de uma das salas da instituição sendo protegido por agentes, segundo informações preliminares do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre (Sindap-AC).

A Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sesp-AC) montou um gabinete de crise no local e destacou agentes do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), Corpo de Bombeiros e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Ao G1, a Sesp-AC informou que um grupo de detentos do semiaberto sofreu emboscada quando chegava à unidade. A pasta não informou a identidade dos agressores.

A Segurança nega que agentes penitenciários tenham sido feitos reféns e diz que ainda não há informações sobre mortos e feridos.

A situação ocorre após vários homicídios em Rio Branco. Nas últimas 48 horas, a capital registrou sete mortes com características de execução. A onda de homicídios, segundo o secretário de Segurança do Acre, Emylson Farias, tem ligação com brigas de facções criminosas por território. Desde as mortes registradas nos presídios em Rondônia e Roraima, a Segurança fez reforço dentro do complexo penitenciário Francisco d'Oliveira Conde.

Cinco homicídios em 48 horas em Rio Branco
Uma onda de violência tem atingido a capital acreana nos últimos dias. No domingo (16), o jovem Aquendes Farias de Andrade, de 23 anos, foi morto a tiros no bairro Waldemar Maciel. O Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) informou que a vítima caminhava na rua quando foi abordada por um carro.

Também no domingo (16), Alex Bruno da Silva, de 23 anos, teria atendido uma ligação e, ao sair para atender foi alvejado com vários tiros, principalmente na região do rosto. A informação foi repassada pela mãe da vítima, Malenira Martins da Silva, de 42 anos.

Por volta das 21h de domingo (16), Romulo Ramon Martins Machado, de 26 anos, foi atingido com cerca de cinco tiros após ser chamado na janela de casa. Machado havia saído do presídio há um mês, segundo informou a mulher dele, Edyane Xavier, de 25 anos.

Na segunda (17), dois jovens morreram vítimas de arma de fogo, José Boaventura Moreira, de 24 anos, foi morto com ao menos quatro tiros de manhã, na Estrada do Panorama, bairro São Francisco. A Polícia Militar disse que Moreira foi encontrado com uma blusa enrolada na cabeça e as mãos amarradas para trás.

O jovem de 18 anos, Aquiles Silva de Lima foi morto a tiros no quintal de casa na noite desta segunda (17). O auxiliar de pedreiro estava sentado na porta de casa com o filho de um mês, quando dois homens armados chegaram e efetuaram os disparos. A vítima, segundo a família, ainda tentou fugir. O crime aconteceu na Rua São Domimgos, no Belo Jardim.

Situações em outros estados
Em Roraima, a confusão entre os detentos começou por volta das 15h de domingo (16), quando homens da ala 13 quebraram os cadeados e invadiram a ala 12. A briga entre os presos ocorreu durante o horário de visitas. Dez presos foram mortos e seis ficaram feridos.

Já em Rondônia, há registro de que oito presos morreram asfixiados por fumaça na Penitenciária Estadual Ênio dos Santos Pinheiro em Porto Velho, durante a madrugada desta segunda (17). A Polícia Civil confirmou as mortes e diz que a motivação foi uma briga entre facções rivais. Dois feridos foram encaminhados ao hospital.

Uma rebelião de presos no Hospital de Custódia de Tratamento Psiquiátrico I "Prof. André Teixeira Lima", em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, acabou com a fuga de detentos e fogo no início da noite desta segunda (17). Os presos colocaram fogo em vários pavilhões do presídio. A polícia está no local e conseguiu recapturar alguns detentos.

Ataques de facções no Acre
Em agosto deste ano, o estado acreano passou por uma onda de ataques. Os atos foram desencadeados após a morte de um assaltante durante um conflito com a PM. Ônibus, casas de agentes e órgãos públicos foram incendiados.

Após os ataques, Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) fez a transferência de 12 presos, que cumpriam pena no presídio Francisco D'Oliveira Conde, em Rio Branco, no dia 26 de agosto. Os detentos foram encaminhados para o presídio Federal na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Fonte: G1 Acre


Imprensa Sindasp-SP

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