Após o protesto desta manhã dos agentes penitenciários e funcionários do EPSM (Estabelecimento Penal de Segurança Máxima), o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB) disse que o motivo do ato não coincide com a real situação. De um lado, os servidores cobraram melhores condições de trabalho com concurso para novos agentes já que a superlotação do presídio extrapola em quatro vezes a capacidade (1.750 presos cuja capacidade é para 450 detentos). De outro, o governador diz que a escala dos plantões é satisfatória chamou as reclamações de ?inverdades?.
Porém, no último domingo (31), mais uma vez o complexo penitenciário deu sinais de fragilidade. Seis presos foram flagrados já na muralha quando tentavam fugir.
Hoje cedo, o protesto tomou conta da Rua Indianápolis, em frente ao prédio da unidade prisional ?abandonada? no manifesto. Uma faixa foi exposta em frente ao presídio com os dizeres: ?1.700 presos para 12 agentes?.
?A sociedade precisa saber o que vem acontecendo com os trabalhadores da Máxima. Não temos segurança, sofremos constantes ameaças e faltam funcionários. Somos 1,3 mil agentes em todo o Estado. Precisaríamos de mais 2 mil. O Governo faz concursos para PMs, investigadores e nada para o sistema penitenciário?, afirmou o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Fernando Anunciação.
Foi feita a contagem dos presos nas celas hoje cedo. Como os funcionários estão em protesto, não está previsto o banho de sol nem outras atividades. A situação poderá ficar tensa no local.
Indagado sobre o risco de represália por parte do governo estadual, Anunciação diz que ?sofremos constantes ameaças todos os dias de 1,7 mil presos, cortar ponto não nos causa medo?.
Em uma das tentativas de fuga, um túnel de 20 metros já foi encontrado na Máxima. A superlotação é o principal problema do sistema penitenciário.
Cifras
Em 2008, a Agepen (Agência Estadual de Administração Penitenciária) recebeu R$ 12 milhões do Fundo do Sistema Penitenciário e mais orçamento mensal de R$ 374 mil, de acordo com relatório do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias do Ministério da Justiça.
Mato Grosso do Sul tem massa carcerária que gira em torno de 12 mil presos. Este ano, por um triz os parlamentares não denunciaram autoridades do Estado à Justiça pelo caos encontrado no local, tido como um dos piores presídios do País. Na época, Ministério Público, Defensoria, Justiça e Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública foram cobrados e a defesa, o acúmulo do problema crônico ao longo dos anos que não poderiam ser resolvidos da noite para o dia. Reformas e obras de novos presídios foram iniciadas.
Fonte: Midiamax News
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