Após tentativas de fuga, agentes da Máxima protestam

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Os agentes penitenciários do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande pararam em protesto nesta quinta-feira para cobrar aumento no efetivo, melhoria na estrutura do presídio e concurso público.

Enquanto os servidores mantêm plantão normal, um grupo de 20 agentes está reunido em frente à Máxima, que registrou duas tentativas de fuga em cinco dias.

?Governador, nós não somos super heróis?, alerta uma faixa levada pelos servidores. No presídio superlotado – que tem capacidade para 500, mas abriga 1750 internos ? a lista de reclamações é extensa.

Conforme o presidente do sindicato dos agentes penitenciários, Fernando da Anunciação, atualmente, são 56 agentes, divididos em 10 a 12 pessoas por turno. De acordo com ele, seriam necessários ao menos 30 agentes por turno. Anunciação exemplifica que o número de agentes é inferior ao número de presos que trabalham na Máxima. ?São 40,50 presos trabalhando?.

No dia a dia do presídio, os agentes relatam que sofrem ameaças e vivenciam impasse. ?Uma das situações é quando os presos começam a bater nas grades. Pode ser tanto alguém passando mal ou uma cilada para render um agente e começar a rebelião?, conta um agente penitenciário, que pediu para não ser identificado. De acordo com a categoria, um pavilhão com 600 presos chega a ter apena dois agentes.

Segundo Fernando da Anunciação, a Máxima recebe 15 presos por dia. O presidente do sindicato compara a situação atual do presídio à realidade da Colônia Penal Agrícola em 2008, quando a CPI do Sistema Carcerário encontrou presos acampados em barracas e na pocilga. Anunciação enfatiza que a infra-estrutura do prédio é precária, expondo os servidores a riscos. ?A gente é tratado da mesma forma que o preso?.

Perigoso ? Profissionais que atendem os presos, como psicólogas e assistentes sociais, reforçam que os agentes precisam de melhores condições. Elas relatam que ficam sozinhas com os presos, pois o déficit no número de servidores não permite que o agente acompanhe o interno durante o atendimento.

Uma psicóloga, que pediu para não ser identificada, salienta que a pressão do trabalho, permeado por ameaças, leva agentes a ter depressão, problemas com drogas e alcoolismo.

A profissional relata um caso de 2006, quando os presos fizeram agentes reféns, degolaram um preso e exibiram a cabeça dele na muralha da Máxima. ?Um agente não consegui voltar a trabalhar. Ele tem surtos, síndrome do pânico e problema de depressão?.

Em caso de rebelião, os agentes são investigados e podem responder por negligência e omissão.

Injustificado ? Ontem, em resposta a ação dos agentes, o secretario de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, afirmou que não havia recebido nenhum comunicado de paralisação. Ele argumentou que a manifestação é injustificada, pois a classe teve suas reivindicações salariais atendidas.

Fonte: Campo Grande News
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