ARTIGO: ACHAMOS OS CULPADOS DA CRIMINALIDADE SEM FIM

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[img align=left]http://www.sindasp.org.br/fotosdosite/danielgrandolfo.jpg[/img] (*) Daniel Grandolfo
No Estado de São Paulo há cerca de 150 mil detentos nas quase de 150 unidades prisionais. Em todas elas, a característica principal é a superlotação, além é claro da situação precária que já do conhecimento da sociedade. Sabemos também que, para suprir a demanda, é preciso que seja construída uma unidade a cada dois meses. Com isso, cabe o questionamento: onde vamos parar? Não sei, mas sei que a impunidade impera, já que muitos têm essa certeza – da impunidade – ao praticarem crimes.

Em algumas regiões, a policia nem mesmo tem acesso, já que a lei é imposta por traficantes que aterrorizam os moradores, e, no entanto, permanecem impunes. Líderes de facções criminosas são considerados heróis e exemplos a serem seguidos pelas crianças. Sabemos que o caráter da pessoa é formado até os 7 anos, depois dessa idade o caráter apenas toma corpo e, com muita dificuldade, se é possível transforma-lo. Caso contrário, nossas crianças correm o risco de se tornarem futuros criminosos.

O que estamos permitindo que ?entre na mente? de nossas crianças? Se observarmos, veremos que o maior divertimento de nossas crianças é a televisão que, juntamente com parte mídia, apresentam como divertimento risadas boçais e conversação frívola, que sempre termina em futilidade que, por sua vez, provocam embaraço ao crescimento real das crianças, seja no espírito ou no caráter, acabam formando associações e hábitos de extravagância e intolerância, familiarizando-se com a criminalidade, vantagens ilícitas, violência e furto.

A mídia, entre elas o cinema, se mostra perigosa na formação de nossos filhos. Ela deveria proporcionar cultura, e não imoralidade e má influencia, apresentando em muitos casos o criminoso como herói e exemplo. Em filmes como ?11 Homens e um segredo?, a influência é tanta que adultos e crianças torcem pelo crime e para a vitória e a impunidade dos criminosos. Na música, ritmos como o funk e outros, incentivam o crime com letras, gestos e expressões que insinuam sensualidade e deturpam a moralidade e o pudor da sociedade. E depois nos perguntamos o porquê de estarmos vivendo uma crise social e moral, onde a família é utopia e os valores são invertidos. Enquanto isso, nossas crianças se enchem de malicia e algumas superlotam a Fundação Casa (antigas FEBENS).

Enfim, todo cidadão que costuma apreciar tais divertimentos apresentados pela mídia em geral, também correm o sério risco de perderem os princípios básicos da moral. De modo simplório, uma mentira dita 1000 vezes se torna verdade.

Os culpados da criminalidade sem fim somos nós, que patrocinamos e apreciamos todo esse lixo. Não procure mais culpados, nós já o encontramos, você é o culpado!

Minha intenção não é atacar nenhum segmento da sociedade, mas abrir os olhos da mesma para aquilo que estamos patrocinando. Esta reflexão serve para mim e cada um de nós.

(*) Daniel Grandolfo é Diretor de Comunicação do SINDASP

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