Amauri Meireles(*)
Ressurgem e revigoram-se expectativas de que “as coisas” vão mudar e melhorar. Destaque para a seguridade social (saúde, assistência e previdência), a educação e a segurança. Políticos, em maioria, apressam-se em oferecer soluções e, até, comprometem-se em acabar com as mazelas e as contradições sociais. Passada a euforia (ou seria o auê?) das eleições, fica a sensação de que, mais uma vez, fomos enganados. Tem sido assim!
E aí, vamos aceitar isso? Por acaso, você, eu, nós somos “apenas” massa de manobra de políticos? Não, não somos! E podemos provar isso nas urnas. Convém, no mínimo, adoção de duas atitudes. A primeira é examinar o perfil dos candidatos, separando o político verdadeiro, autêntico, íntegro, altruísta daquele bandido travestido de político. Cuidado, esse último tipo, safado, cretino, cafajeste, é bem numeroso! Insidioso, verdadeiro lobo em pele de cordeiro, consegue enganar o eleitor, em razão de, quase sempre, ser ótimo político profissional de engodos e maracutaias, mas, péssimo administrador/legislador. Entre candidato que pleiteia cargo pela primeira vez e um político “manjado”, privilegie-se o primeiro.
Feito esse expurgo, é necessário examinar propostas e planos de governo dos candidatos limpos. Mesmo esses, com mídia agressiva e assessoria técnica fraca, cometem alguns equívocos. Por exemplo, em relação à Segurança, observa-se que alguns apresentam medidas impactantes: aumento do número de policiais nas ruas e na investigação, aumento de estabelecimentos penais, redução da maioridade penal, incremento do uso de recursos tecnológicos, etc. Certamente são do agrado popular, porém, para os profissionais da área, são proposições paliativas, midiáticas. É atacar sinais e sintomas, não a doença. É correr atrás do rabo! Destinam-se a atuar sobre “o que” está acontecendo, com destaque para a Violência da Criminalidade. Significa dizer que as propostas, até então, visam a melhorar a Contenção Criminal, o que é importante, mas, não é fundamental nem suficiente. A Violência da Criminalidade é efeito, cuja causa, cujo “por quê?” isso está ocorrendo e aumentando não é atacado. Tratam esse fenômeno social como problema policial, quando, de fato, é, muito mais, um problema sociopolítico.
Seria interessante que os candidatos apresentassem propostas de enfrentamento ao “por que” está acontecendo. Para isso, urge examinar a sucessão de causas e efeitos, para se chegar ao fator gerador de Insegurança Social, que deve ser o alvo das políticas públicas para a Segurança. Assim: Violência da Criminalidade (efeito) decorre de Descumprimento de Deveres Sociais (causa) que se transforma em efeito de outra causa, o Exercício inadequado da Cidadania, que é efeito de termos Meios-Cidadãos (causa) que é efeito da causa geradora de tudo isso: Educação insuficiente e/ou ineficiente.
A insegurança social será mitigada priorizando-se a Educação. Através dela, formaremos o cidadão brasileiro pleno e teremos políticos éticos e decentes.
(*) Coronel Reformado da PMMG
Ex-Comandante da RMBH
