Segurança pública. Entidades das categorias reclamam de salários defasados e más condições de trabalho
Policiais preparam protestos
Vencimentos no Estado representam 58,9% do que será pago em Sergipe
As entidades de classe que representam os policiais civis e militares em Minas estão em campanha por melhores salários e condições de trabalho. Membros da Polícia Civil, inclusive, já preparam uma grande manifestação em outubro, caso o governo do Estado não negocie as reivindicações da categoria. Os agentes de segurança reclamam de defasagem salarial, quando comparado com os valores pagos em outros Estados. A remuneração de um soldado em início de carreira em Minas representa, por exemplo, 58,9% do valor a ser recebido pelo mesmo profissional em Sergipe.
Enquanto o salário dos soldados mineiros corresponde a R$ 1.775, o dos sergipanos será de R$ 3.012,75 já a partir de 2010, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública daquele Estado. Porém, o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas, indicador que demonstra a soma de bens e serviços da região, é quase 15 vezes maior que o do pequeno Estado do Nordeste. O último dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2006, mostrou que o PIB mineiro é de R$ 214,8 bilhões ante R$ 15,1 bilhões de Sergipe.
De acordo com o diretor administrativo da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-PM/BM), Éder Martins, o último reajuste salarial concedido pelo governo – de 30% – foi em 2007. Segundo Martins, o pagamento foi escalonado em três anos, o que torna necessária uma nova reposição das perdas.
Além disso, Martins ressalta a importância de aumentar o efetivo da corporação em, pelo menos, 7.000 homens. Conforme a associação, cerca de 43 mil militares estão na ativa. ‘O déficit existe e é compensado com escalas excessivas de trabalho. Não temos carga horária bem definida. Estamos submetidos a um regime escravo’, compara.
Outras reivindicações estão na pauta da associação e, de acordo com Martins, precisam ser revistas com urgência. Como é o caso da ausência de coletes à prova de bala para todos os militares.
Civil. O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas (Sindpol/MG) promete um protesto na praça da Liberdade no dia 16 de outubro. De acordo com o vice-presidente, Denilson Martins, há servidor administrativo nas áreas de emissão de identidade e de habilitação que recebe R$ 324, menos que o salário mínimo.
‘Tivemos uma reunião no dia 1º de junho com o vice-governador Antonio Anastasia. Ele ficou de estudar nossas propostas, mas, após três meses, não tivemos resposta. Vamos buscar o diálogo, mas pensamos na grande manifestação’, ressaltou. Pouco mais de 7.000 agentes integram a corporação, porém, o sindicato acredita que o ideal seria ter todos os 12.250 cargos autorizados, que não estão preenchidos por causa da desistência de servidores diante das condições precárias de trabalho.
A superintendência de imprensa do governo do Estado informou que os trabalhadores das forças de segurança receberão neste mês o reajuste de 10% referente à política de recuperação salarial, iniciada em julho de 2004. Incremento válido também para agente penitenciário e socioeducativo. O governo não confirmou novas rodadas de negociação.
Números
R$ 1.775 é o salário inicial de um soldado da PM em Minas
R$ 3.012 é o salário que será pago para o soldado de Sergipe
17 % é a reposição salarial reivindicada pelos policiais civis de Minas
R$ 1.640 é o salário inicial de um policial civil no Estado
Fonte: O Tempo
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