Cerca de 50 agentes de segurança penitenciária (ASP) fizeram uma manifestação na manhã desta sexta-feira (1º) em frente à Penitenciária de Dracena. O grupo chegou por volta de 8h30 e permaneceu no local até às 11h. O manifesto foi realizado durante a entrada dos cerca de 40 “bondes do linhão” que chegaram na unidade prisional.
De acordo com o presidente licenciado do Sindasp-SP, Daniel Grandolfo, os manifestantes cobraram do governo a reposição das perdas inflacionárias, que segundo um perito judicial contratado pelo sindicato, chega a 19,6077%, no período de março 2014 a março de 2016. Os servidores também cobraram o cumprimento da data-base da categoria, que é 1º de março e não é respeitada.
(Imagens/vídeo: Carlos Vítolo)
Os manifestantes também pediram a criação do Bônus de Resultado Penitenciário (BRP), que faz parte do acordo de greve firmado em 2014, ainda não atendido, e o fim das punições com Processos Administrativos Disciplinares (PADs) abertos contra agentes penitenciários que participaram das greves de 2014 e 2015.
Conforme Grandolfo, a manifestação foi marcada de última hora e não houve tempo para convocar toda a categoria. “Outros manifestos estão previstos para ocorrer a qualquer momento e em qualquer uma das unidades prisionais”, disse Grandolfo.
No último dia 23, diretores do Sindasp-SP participaram da segunda audiência de conciliação com representantes do governo para tratar da ação coletiva de dissídio 2016, que o sindicato moveu contra o governo. A audiência aconteceu no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e foi presidida pelo Vice-presidente do Tribunal, desembargador Ademir de Carvalho Benedito. O representante do Ministério Público, Marcos Stefani, também esteve presente, além dos procuradores Marcelo José Magalhães Bonizzi e Gustavo Bezerra Muniz de Andrade, e o Diretor Técnico de Departamento de Recursos Humanos (DRHU) da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), José Benedito da Silva, que representaram o governo.
Na audiência, conforme Grandolfo, “o governo deixou bem claro que não tem nenhuma proposta para a categoria e vai fazer um esforço para manter o salário em dia. Não tem reposição das perdas inflacionárias, não terá o bônus anual firmado no acordo de greve, não terá o fim das punições dos processos administrativos abertos contra agentes penitenciários que participaram das greves de 2014 e 2015. Enfim, não tem nada. O que o governo tem para nós é nada. Tendo em vista que o governo se mantém irreversível e não está disposto a cumprir o acordo firmado e nem reparar as perdas inflacionárias, realizamos essa manifestação de hoje e muitas outras poderão ocorrer a qualquer momento”, desabafou o presidente licenciado do Sindasp-SP.