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Com mais presos, sistema carcerário beira colapso

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Os dados sobre pessoas presas na RMVale em julho deste ano fazem escancarar um velho problema do sistema carcerário.

 

De acordo com os números da Secretaria de Segurança Pública, 987 pessoas foram presas no último mês na região. O número é maior do que a capacidade atual dos CDPs (Centro de Detenção Provisória) de São José dos Campos, Taubaté ou Caraguatatuba.

 

Nos primeiros sete meses do ano, foram 6.423 pessoas presas (4.301 em flagrante e 2.122 por mandado) contra 6.045 no mesmo período do ano passado, representando um aumento de 6,2%.

 

O número de prisões realizadas de janeiro a julho de 2015 representam 12 CDPs de São José lotados. A unidade tem capacidade para 525 presos, mas abriga uma população de 1.425 pessoas.

 

Em Taubaté a situação não é diferente. O CDP da cidade hoje conta com uma população carcerária de 1.506, contra capacidade de 844 detentos.

 

A maior unidade das três na região em capacidade fica em Caraguatatuba, mas também está com a lotação mais do que esgotada. O CDP da cidade do Litoral Norte tem capacidade para 847 presos e hoje conta com 1395 detentos.

 

A Polícia Militar informou, em nota, que “está fazendo trabalho efetivo no planejamento do emprego do policiamento preventivo e ostensivo e número de prisões realizadas reflete essa efetividade.”

 

FALIDO/ Para o deputado estadual Afonso Lobato (PV), o sistema prisional no Estado está falido.

 

“Os prefeitos de várias cidades da região não querem receber presídio porque o impacto político é muito grande. Existe também uma lentidão nos julgamentos dos processos e a sociedade acaba pagando um alto preço”, disse Lobato.

 

O deputado afirmou também que está na hora de o Estado discutir abertamente sobre este problema para encontrar soluções rapidamente. “De imediato, a solução seria a construção de mais unidades. Mas todos precisam conversar, pois a situação está cada vez pior”, disse.

 

OUTRO LADO/ Por meio de nota, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que “o Estado não tem permanecido inerte” ao problema.

 

“A pasta entregou 19 unidades e outros 20 presídios estão em construção.”

 

Para delegado, falta ação social

Para o delegado-chefe do Deinter-1 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), Célio José da Silva, as prisões acontecem sem ter uma ação de recuperação do detento para evitar que ele volte a cometer crimes quando ele sai da cadeia.

 

De acordo com Silva, o meio para qual o detento volta, muitas vezes, acaba influenciando no comportamento dele.

 

“Era preciso ter uma reeducação, mas isso é difícil, porque a gente vê que ele sai e volta a cometer crimes. Se ele volta para um meio as pessoas mexem com droga, com coisas ilícitas, ele vai voltar a cometer crime”, afirmou o delegado do Deinter-1.

 

CORPO DOENTE/ O delegado compara o sistema carcerário a um corpo doente. “Os policias fazem a prisão, ou seja, agem em uma dor, mas isso não vai curar todo o corpo, que está doente.”

 

Fonte: Gazeta de Taubaté

 

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