Parlamentares e membros da comissão reivindicam contribuição paritária entre governo e servidores
A Comissão Consultiva Mista do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), que comemora seus 30 anos de fundação, foi homenageada em sessão solene realizada na Assembleia Legislativa nesta segunda-feira, 17/11. A solenidade foi presidida pelo deputado Marco Aurélio de Souza (PT), vice-coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Iamspe.
Aurélio elogiou a gestão do atual presidente da CCM, Sylvio Micelli; pregou participação paritária do Estado no orçamento da autarquia e defendeu o direito de voto para a comissão nas deliberações do Iamspe.
O deputado Carlos Giannazi (PSOL) afirmou que o evento ocorre em data oportuna. “O Iamspe precisa de mais recursos, e como estamos discutindo neste Parlamento o Orçamento estadual para 2015, é mais uma oportunidade para dar continuidade a essa luta por mais aporte financeiro ao instituto”.
Giannazi defendeu que o governo do Estado contribua com quantia equivalente aos 2% descontados compulsoriamente de cada servidor. Outro protesto do parlamentar foi sobre o descredenciamento de hospitais em cidades do interior, fato que tem penalizado servidores dessas regiões, que ficam sem local para atendimento.
Outro parlamentar presente, o deputado Major Olimpio Gomes (PDT), também defendeu o fortalecimento do Iamspe como forma de valorização do servidor.
Caráter suprapartidário
O presidente Sylvio Micelli, lembrou que a criação da entidade se deu em 1984, período que marcou o fim da ditadura militar, e após esses 30 anos, ainda se busca uma sociedade mais justa. Micelli disse que o segredo para a CCM continuar unida e em constante crescimento é ter um caráter suprapartidário e focado na luta por melhorar o atendimento médico aos servidores, que passa pelo aumento de recursos por parte do Estado.
“O Orçamento estadual para 2015 discute a destinação de mais de 200 bilhões, o que se pleiteia para o Iamspe é cerca de R$ 600 milhões, valor equivalente a apenas 0,33% do Orçamento”, concluiu o presidente.
João Elísio, vice-presidente da Associação dos Servidores Aposentados e Pensionistas da Assembleia Legislativa (Aspal), e Antonio Tuccilio, presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP), também defenderam a contribuição paritária por parte do governo. Tuccilio declarou que o Estado, há seis anos, tem contribuído com a quantia de apenas R$ 100 milhões por ano, sem considerar a inflação do período. “O servidor precisa e merece ser mais bem atendido”, concluiu.
O deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP) defendeu tratamento igualitário para todos os servidores. Ele também comemora os sinais de recuperação do hospital do Servidor Público. Também pleiteou que a comissão seja alçada à condição de conselho, para poder deliberar nas decisões tomadas pelo Iamspe.
90% de aprovação
Já o superintendente do Iasmpe, Latif Abrão Júnior, ponderou que recente pesquisa revelou que 90% das pessoas atendidas pelo hospital do Servidor o julgaram ótimo, bom ou regular. Ele falou sobre a grandeza do instituto, que atende mais de 1,3 milhão de pessoas. “É o plano de saúde do servidor, que atende uma população muito específica, sendo metade dos usuários moradores da capital e a outra no interior e litoral do Estado. Ainda segundo exposição de Latif, 60% dos usuários são mulheres, e 35% são de pessoas idosas. “Em saúde, tudo que se faz é insuficiente, mas estamos avançando”, concluiu Latif.
Representando o governo do Estado, Waldemir Caputo disse que o servidor é o maior ativo do Estado. Ele defendeu a discussão na luta pela paridade, mas apontou outras medidas para melhorar a gestão do Iamspe, como campanhas preventivas e busca de receitas extraordinárias. Ele reconhece que mesmo no caso de inflação baixa, o custo da saúde sempre aumenta, porque as inovações tecnológicas sempre trazem custo adicional.
Os ex-presidentes da CCM, Osvaldo Pio Soares, Maria Walneide Ribeiro, Maria Antonia de Oliveira e Marcos Francisco Alves também foram homenageados na solenidade, que contou com a participação da Banda da Polícia Militar e apresentação do coral do Iamspe.
O deputado Marco Aurélio justificou a ausência do deputado Marcos Martins (PT), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Iamspe, e que havia solicitado a realização desta sessão solene, mas não pôde comparecer por fazer parte da comitiva que foi acompanhar o julgamento, na Itália, do fundador da Eternit, empresa que durante décadas fez uso do amianto, material prejudicial à saúde das pessoas. (JR)
Fonte: Alesp