Contra facções e economia milionária: por que SC faz transferências de presos em 2024

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Medida também é vista como ferramenta para desafogar o sistema carcerário catarinense e combater o crescimento de organizações criminosas

A SAP (Secretaria da Administração Prisional e Socioeducativa) de Santa Catarina tem realizado transferências de presos desde o início do ano, totalizando 700 detentos que voltaram aos seus estados de origem. A mais recente delas levou 18 detentos do Chapecó para o Mato Grosso do Sul.

A devolução de criminosos tem vários motivos por trás, mas dois deles se destacam: economia de recursos públicos e combate à integração entre facções.

Os presos transferidos foram capturados em Santa Catarina e ocupavam vagas no sistema penitenciário catarinense, mas os mandados de prisão eram de comarcas de outros estados do Brasil.

Transferências de presos geram economia milionária
Cerca de 26 mil presos integram, hoje, a população carcerária do estado. Segundo a SAP, desse total, cerca de mil são presos que pertencem a outras unidades da federação. São gastos cerca de R$ 4 mil por mês, com cada detento, valor usado em despesas como higiene, saúde, alimentação e educação.

A SAP calcula que, dos mais de 700 criminosos transferidos até setembro de 2024, grande parte são do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. A transferência de presos gera uma economia de, aproximadamente, R$ 3 milhões mensais.

“Nós estamos em tratativas com outros secretários de administração prisional para que esses presos retornem para seus estados”, pontuou o Secretário da Administração Prisional, Carlos Alves, à reportagem.

Combate às facções
As transferências de presos também auxiliam para que faccionados de outras regiões não busquem se aliar às organizações criminosas que já atuam em solo catarinense.

Como acontece a transferência interestadual de criminosos
Para garantir o êxito nesse tipo de operação, a Secretaria da Administração Prisional monta um grande esquema de segurança, com apoio das polícias especializadas. O valor desse traslado varia conforme o destino dos apenados.

Deslocamentos até o Rio Grande do Sul podem ser mais baratos, por exemplo, do que viagens até São Paulo. O custo da viagem, contudo, varia de acordo com a quantidade de detentos, o número de veículos e agentes envolvidos no processo, que acontece por terra.

De avião, seriam transportados apenas dois presos por vez, o quê, apesar de reduzir o tempo de viagem, gera um custo infinitamente maior.

 

Vivian Leal – Florianópolis

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