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Coronel Telhada – Opinião – A polícia é o teto de vidro da sociedade

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No domingo, dia 19 de junho, a Polícia Técnico-Científica fez a reconstituição da morte do menino Ítalo, de dez anos, no Morumbi (São Paulo). Dias antes, ao lado de um outro adolescente de onze anos, assaltou um prédio e furtou um carro no local. Após uma perseguição pelo bairro, ocorreu um confronto com a Polícia Militar, resultando no óbito do infrator mais jovem. 

Segundo reportagem da Rede Globo, na época da ocorrência, Ítalo era morador de rua, filho de um presidiário e de uma ex-presidiária, passou mais de vinte vezes por conselhos tutelares e era levado para abrigos, mas fugia e voltava para as ruas. 

O jovem de onze anos que estava com Ítalo não morreu durante o confronto com a PM e foi ouvido pela Polícia Civil como testemunha. Ao longo das investigações deu três versões diferentes para o ocorrido, sendo que, na primeira delas, deixou claro que o menor de dez anos dirigia o veículo furtado e atirou contra os policiais, antes de ser alvejado com um tiro. 

Câmeras de segurança da região do Morumbi mostram o menino dirigindo o veículo roubado e testemunhas também validaram a versão apresentada pela PM. O exame residuográfico, feito pela perícia, também detectou rastros de pólvora e chumbo nas mãos de Italo. Mas, mesmo com todas estas provas, setores da mídia e militantes de direitos humanos insistem em culpar a polícia pelo ocorrido. 

A polícia é o teto de vidro da sociedade, a culpada de tudo de ruim que ocorre. No entanto, quanto aos problemas sociais, somos apenas a ponta do iceberg. Quando o problema chega às mãos da PM, diversos outros núcleos sociais falharam. 

Primeiro falharam os pais, que não deram a devida educação, não forneceram o ambiente familiar ideal para a criação do jovem. Sem este suporte inicial, o menor ficou sem uma boa direção para sua vida. 

Depois, outros núcleos da sociedade também deixam de cumprir um papel importante. O jovem cresceu sem uma religião e sem respeitar uma figura que representa um ser superior, seja ele o pastor, o padre, o rabino ou um pai de santo. Seja qual for a religião, ela é de suma importância na formação de um cidadão. 

Posteriormente, este jovem inicia o ciclo escolar e, por lá, também não obtém uma educação digna. Sem a devida orientação e com a carga emocional que já traz de casa, não respeita o professor, a diretora e o inspetor. 

No final, falhou o Estado, que não forneceu saúde digna e educação de qualidade para este menor desde que ele nasceu e não lhe deu condições de ter noções básicas de civismo, amor à pátria e moralidade. 

Todos falharam, mas a culpa recai, mais uma vez, sobre os policiais militares que atenderam a ocorrência. Quem disparou aquele tiro não foi o policial, foi a sociedade. Todos são responsáveis pela morte de Ítalo mas certas pessoas insistirão em culpar só a PM. 

*Coronel Telhada é deputado estadual pelo PSDB 

 

Fonte: Alesp

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Imprensa Sindasp-SP

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