Denúncia acusa guardas de tortura na penitenciária de Ribeirão Preto

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O entregador de uma empresa de embalagens teria sido espancado por quase uma hora por agentes da penitenciária de Ribeirão Preto, segundo denúncia de um funcionário que discordou da atitude dos colegas.

 

O caso ocorreu na terça-feira (2), depois que dois celulares que estavam camuflados em uma caixa de madeira, foram descobertos no veículo que o homem dirigia.

 

Ele tinha ido à penitenciária para entregar embalagens para os presos confeccionarem sacolas e caixas de papelão.

 

Segundo informações do funcionário que denunciou o alegado espancamento, o diretor do plantão teria sido chamado e desceu ao local com outros agentes. Nessa ocasião, o rapaz teria sido levado para uma sala vazia, onde foi rodeado por três servidores da unidade prisional, que teriam se revezado em uma sessão de tapas e interrogatório feito aos gritos.

 

A reportagem apurou que o agente que conduziu o suposto espancamento queria saber do entregador se algum funcionário da penitenciária de Ribeirão estaria envolvido no envio dos celulares aos presos.

 

No entanto, o entregador teria afirmado que tinha feito apenas uma “besteira”, porque teria sido ameaçado por detentos. Ele teria contado que, na oficina do presídio, um sentenciado chegou perto dele e determinou que trouxesse os celulares, caso contrário ele e a família corriam risco de morte.

 

Em outro momento, fora da penitenciária, ele também teria sido procurado por um ex-detento que determinou que entregasse os aparelhos para os prisioneiros que trabalham na oficina.

 

Depois da surra, o motorista do veículo foi levado para a Central de Flagrantes, onde foi elaborado um Termo Circunstanciado.

 

O caso foi registrado no dia 2 de julho às 18h. No entanto, a descoberta dos celulares aconteceu no mesmo dia durante a tarde, por volta das 15h30.

 

O funcionário da empresa de embalagens não teve o nome divulgado. Ele prestou depoimento e foi liberado. Ele garantiu que não recebeu dinheiro para fazer a entrega dos aparelhos.

 

A Secretaria da Administração Penitenciária informou por nota que foi aberto Procedimento Apuratório Preliminar, para averiguar os fatos.

 

Rapaz levava celulares para presos

 

O rapaz que dirigia o veículo onde foram encontrados os celulares trabalha em uma empresa que usa mão de obra carcerária para fazer sacolas e embalagens de papel. Elas são feitas em oficinas que não possuem câmeras de segurança.

 

Segundo guardas penitenciários, as câmeras deveriam ser instaladas nestes locais por serem áreas estratégicas. “Na quadra e no pátio também não existem câmeras e, por isto, podem passar coisas que os agentes não detectam pela falta de um esquema de segurança adequado”, diz um funcionário que pediu para não ser identificado.

 

Fonte: O Estado de S. Paulo

 

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