DH é o curso mais procurado do MJ: diretor do Sindasp-SP fala sobre o assunto
Carlos Vitolo
Assessor de imprensa do Sindasp-SP
De acordo com um levantamento elaborado pela Rede Nacional de Educação a Distância (EAD), que pertence ao Ministério da Justiça (MJ), durante as inscrições para o 20º ciclo de cursos, o de Direitos Humanos foi o mais procurado entre os 56 existentes. O curso obteve quase 10% de todas as inscrições realizadas.
As inscrições foram realizadas entre 13 e 15/08 e foram disponibilizadas 200 mil vagas aos profissionais pertencentes às seguintes carreiras: agentes penitenciários, policiais federais, rodoviários federais, civis e militares, bombeiros, peritos e guardas municipais.
Vale lembrar que é a segunda vez que o curso de Direitos Humanos aparece como o mais procurado pelos profissionais da segurança.
Um dos profissionais que já participou do curso foi o agente de segurança penitenciária (ASP) e diretor do Sindasp-SP (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo) José Cícero de Souza.
Para diretor, foi de grande importância a participação no curso da EAD-MJ. ?Os direitos humanos são para todos?, ressaltou o sindicalista. Para ele, todo cidadão deveria ter o conhecimento de que os direitos humanos são para todos, pois, somente assim, saberia agir corretamente em algumas situações cotidianas.
O diretor do Sindasp-SP aponta ainda que o estado, através da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) deveria se preocupar em oferecer este curso à categoria. ?Deveria fazer parte da formação inicial nas escolinhas de formação dos agentes de segurança penitenciária (ASP) e dos agentes de escolta e vigilância penitenciária (AEVP)?, disse. ?Infelizmente isso ainda não ocorre?, lamentou.
Segundo o diretor, o sistema penitenciário ainda é arcaico, pois, defende os direitos humanos apenas aos detentos. ?Os direitos humanos são para todos: para os detentos e também para os servidores penitenciários?, ressalta. O sindicalista aponta que nas unidades prisionais existem psicólogos e psiquiatras somente para os detentos, e que os servidores não têm direito a este benefício. ?Quem sabe no próximo governo isso possa mudar??, questiona o sindicalista.
Para o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Brisolla Balestreri, a grande procura pelo curso de Direitos Humanos é um grande avanço para a segurança pública brasileira. ‘Só um profissional bem formado é capaz poder trabalhar em situações tão delicadas e extremas, como as que ele enfrenta diariamente, e levar à população um desempenho profissional de verdade, voltado para a democracia e os direitos humanos e tantos outros conceitos tão caros à cidadania’, destaca Balestreri.
Segundo o MJ, o interesse dos profissionais de segurança pública pelos Direitos Humanos continua crescendo no Brasil. Os cursos do 20º ciclo terão início em 10 de setembro e terminam em 28 de outubro. Vale lembrar que este é o último deste ano.
Os cursos ocorrem desde 2005 e foram criados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do MJ, e faz parte do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Segundo dados do MJ, desde a criação da Rede EAD, mais de 450 mil profissionais de todo o país já participaram dos cursos.
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