Diretor do Sistema Penitenciário Federal manda redobrar o monitoramento

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Diretor do Sistema Penitenciário Federal manda redobrar o monitoramento aos detentos

Todos os quatro presídios federais receberam um alerta geral para que redobrem a segurança dos detentos, principalmente em Catanduvas (PR) e Campo Grande (MS), onde estão 27 criminosos de alta periculosidade oriundos do Rio de Janeiro. Na segunda-feira, a Polícia Civil fluminense afirmou que a ordem para a tomada de pontos de drogas no Morro dos Macacos partiu de uma dessas cadeias. A informação foi negada pelo Ministério da Justiça, que descartou a possibilidade de uso de aparelhos celulares ou de outros meios de comunicação no interior das penitenciárias. No entanto, existe a possibilidade de a ordem ter sido transmitida durante uma visita íntima.

Na penitenciária de Catanduvas, no Paraná, estão presos 11 criminosos extremamente perigosos do Rio
Na recomendação feita aos responsáveis pelos presídios de Catanduvas, Campo Grande, Mossoró (RN) e Porto Velho (RO), o diretor do Sistema Penitenciário Federal (SPF), Wilson Salles Damázio, pediu também para que as atenções fossem redobradas durante as visitas íntimas e sociais (de parentes), além dos advogados que, em alguns casos, são monitorados nos contatos com seus clientes. ?Além disso, estamos adotando todas as práticas de inteligência que forem necessárias para controlar os detentos?, afirma Damázio. Segundo o comunicado, os agentes estão autorizados a acionar a Justiça Federal para requerer mandados ou monitoramento de determinados presos.

Na segunda-feira, Damázio conversou com o secretário de Segurança do Rio, José Beltrame Mariano, sobre a possibilidade de os ataques terem sido ordenados de dentro da penitenciária de Catanduvas. ?O secretário garantiu que isso não foi informação da Polícia Civil?, ressaltou o diretor do SPF. Segundo Damázio, todos os presos e as celas possuem monitoramento e o uso de celulares não é permitido nem mesmo pelos agentes que trabalham nos locais. Além disso, antes e depois das visitas, os parentes dos detentos são revistados. Mas fontes do Ministério da Justiça admitem ao Correio que os recados possam ter sido levados para o exterior das penitenciárias, justamente por pessoas que estiveram com os presos.

Dos 27 detentos fluminenses, 11 estão em Catanduvas, como Elias Pereira Da Silva, o Elias Maluco, assassino do jornalista Tim Lopes, e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho, a primeira e maior facção criminosa do Rio. Em Campo Grande, são 16 detentos que foram transferidos do complexo penitenciário de Bangu, como Ronaldo Pinto Lima Silva, o Ronaldinho Tabajara, Adair Marlon Duarte, o Adair da Mangueira, além dos chefes da milícia Liga da Justiça, Ricardo Teixeira da Silva, o Batman, e Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho.

Hoje, todos os presos (1) de dois dos quatro presídios ? os de Mossoró e de Porto Velho ainda não receberam detentos de outros estados ? são monitorados, durante 24 horas, por um sistema interno de segurança. Em Brasília, um centro de inteligência recebe as imagens on-line de toda a movimentação interna e externa das cadeias, feita por cerca de 280 câmeras. Ao final do dia e a cada quinzena, a área de informação dos presídios faz um relatório para a direção. Caso haja algum acontecimento extraordinário, a Polícia Federal é acionada. Os relatos sobre o comportamento dos detentos, ou alguma anormalidade em relação a eles, também é repassado aos estados.

Enterro

Cerca de 800 pessoas participaram ontem do sepultamento do cabo Izo Gomes Patrício, 36 anos, terceiro tripulante do helicóptero da Polícia Militar do Rio que morreu após a aeronave ser abatida por traficantes do Morro dos Macacos, no sábado. Familiares evitaram fazer críticas à corporação e disseram que Patrício morreu como herói. No mesmo momento em que o cabo era sepultado, um corpo foi deixado em um dos acessos ao Morro dos Macacos dentro de um carrinho de compras. De acordo com a Polícia Militar, o número de mortos desde o início dos confrontos chegou a 25, entre policiais, bandidos e inocentes.

1 – Alta periculosidade

Desde 2007, quando começaram a funcionar, os presídios de Catanduvas e Campo Grande receberam 1.090 presos considerados de alta periculosidade de quase todos os estados brasileiros. Hoje, estão com uma ocupação total de 238 detentos. Do Rio, já estiveram nessas duas penitenciárias 84 prisioneiros, sendo que 27 continuam no sistema federal. Nessas cadeias, estão criminosos do porte de João Arcanjo Ribeiro, o Comendador Arcanjo, acusado de chefiar o crime organizado em Mato Grosso, e Antônio Jussivan dos Santos, o Alemão, líder do assalto ao Banco Central de Fortaleza, em 2005.

CRÍTICA REBATIDA

O ministro da Justiça, Tarso Genro, rebateu ontem as críticas feitas pelo secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, e garantiu que não está faltando ação da Polícia Federal no combate às drogas. Tarso afirmou, ainda, que o governo federal pode liberar mais recursos para o combate à violência no Rio. ?O presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) me deu ordem para que o Rio de Janeiro seja plenamente atendido?, disse o ministro, após participar de reunião do Conselho Nacional de Defesa. Tarso ressaltou que o governo já disponibilizou para o estado R$ 100 milhões do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

Fonte: Correio Braziliense
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