Quatro agentes penitenciários de Itapetininga (SP) abriram uma ação civil pública por improbidade administrativa contra um diretor técnico da Penitenciária Masculina de Capela do Alto (SP).
De acordo com os agentes, a ação foi motivada após o diretor da unidade cometer abuso de poder e assediar moralmente e sexualmente funcionárias. De acordo com a matéria publicada pelo g1, eles contaram que os episódios se tornaram mais frequentes depois que alguns agentes foram afastados, por conta das comorbidades, durante a pandemia da Covid-19.
“Ele não concordou que os funcionários com comorbidades se afastassem. Por isso, começou a nos punir com mudanças de turnos repentinas e até ameaçou nos mandar para outra unidade prisional. Certa vez, ele tentou interferir em um assunto pessoal, usando o meu problema de saúde para atrapalhar um processo judicial”, contou um dos agentes, que preferiu não se identificar.
Assédio sexual
Conforme consta no documento encaminhado ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), entre os casos mais graves denunciados, estão os relatos de agentes que dizem ter sido vítimas de assédio sexual. O g1 conversou também com uma das funcionárias, que contou que se sente insegura em seu ambiente de trabalho.
“Depois do expediente ele me chamou para a sala dele. Ele me ofereceu uma nova posição profissional, mas ao mesmo tempo olhava para as minhas partes íntimas e tentava um contato físico. Foi intimidador. Na hora congelei e só depois entendi o que aconteceu”, relata uma das agentes.
Segundo a funcionária, que prefere não ser identificada, os olhares intimidadores do diretor eram frequentes, mas a situação ainda se agravou com o tempo.
“Sempre que esse diretor chegava, eu e as outras funcionárias nos escondíamos atrás do balcão. Estar insegura no próprio trabalho, ainda mais em uma penitenciária, é revoltante. Só quero voltar às minhas atividades em paz” conta a agente, que continua afastada.
Posicionamento
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que as denúncias estão sendo apuradas pela Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário (CASP) e que a Procuradoria Geral do Estado ainda não foi citada na ação.
O g1 também entrou em contato com o diretor denunciado, que disse que não foi notificado sobre a ação e que só vai se manifestar com autorização da (SAP).
Fonte: G1