De acordo com a ata da audiência, não houve conciliação, “restou infrutífera”, destaca o documento. Segundo o presidente do Sindasp-SP, Daniel Grandolfo, “o governo deixou um recado claro, caiu a arrecadação e não tem nada para dar de reposição esse ano. Esse foi o recado do governo para nossa categoria. Não vai dar nada”, disse Grandolfo.
O presidente do Sindasp-SP apontou ainda que ficou claro que não haverá negociação porque o governo não tem nada para dar à categoria. “Realmente é um momento muito crítico, estão calando a boca do servidor público”, disse Grandolfo.
De acordo com o advogado do Sindasp-SP da sede da Capital, Everton Ribeiro, como não houve o acordo, o sindicato “vai seguir com o processo para que o Tribunal solte seu parecer, se decida se vai acatar o nosso pedido ou não. Provavelmente, o Tribunal não acatando, vamos recorrer até o Supremo, que é o caminho jurídico que podemos tomar […]”, disse o advogado.
“Tivemos que infelizmente ouvir que o governo está fazendo muito em nos pagar o salário. É isso que tivemos que ouvir dos representantes do governo. Tivemos que ouvir esse absurdo ainda”, declarou Grandolfo. O presidente disse ainda que o Sindasp-SP vai recorrer e que é preciso tomar uma atitude drástica. “Precisamos nos unir e tomarmos uma atitude drástica, senão esse governo vai acabar conosco. Essa é a triste realidade. Vamos recorrer e esperar que o STF nos de uma decisão favorável pelo menos pela reposição das perdas”, afirmou o presidente.
Vale lembrar que o Sindasp-SP ingressou com uma ação na Justiça contra a Fazenda do Estado, pedindo indenização de reposição das perdas nos vencimentos de todos os agentes penitenciários pedindo a revisão dos vencimentos correspondentes aos últimos três anos, tendo em vista que a última revisão ocorreu em 2014, por ocasião da greve liderada pelo Sindasp-SP.
O governo foi representado na audiência pelo procurador da Fazenda Pública do Estado de São Paulo, Paulo de Tarso Neri. O Ministério Público foi representado pelo promotor Eurico Ferraresi. O Sindasp-SP foi representado pelo presidente Daniel Grandolfo e pelos diretores Ismael Manoel (Well), Gilmar Pereira (Índio), além do advogado do Sindasp-SP na Capital, Everton Ribeiro.
Próximos passos: além de recorrer junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Grandolfo destacou que as diretorias Executiva e Regionais serão convocadas para discutirem a situação e as estratégias e decisões a serem tomadas frente ao impasse.