Quatro agentes penitenciários de Roraima alegam ter contraído o bacilo da tuberculose em consequência das condições de serviço a que são expostos. Todos os servidores diagnosticados trabalham na Cadeia Pública Masculina e, segundo dados fornecidos pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários de Roraima (Sindap), há mais 53 agentes esperando para se submeter ao exame.
Conforme relatou a presidente do Sindap, Joana Dark, os presos nãopassam por exames de doenças infectocontagiosas antes de serem encaminhados para a Cadeia Pública.
“Hoje [quinta-feira, 20] soubemos que na Cadeia Pública Masculina, que é tida como o lugar mais limpo e mais higiênico dentro do sistema prisional, há quatro colegas diagnosticados com o bacilo da tuberculose”, destacou.
De acordo com ela, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) não fornece luva e nem máscara para os agentes.
“Nós vamos acionar os órgãos competentes, se necessário a Justiça, para forçar a Secretaria a dar, pelo menos, o material mínimo para tentar impedir que a doença se alastre”, declarou.
Um dos servidores diagnosticados com o bacilo comentou que a forma como são tratados os agentes penitenciários é degradante. Não há condições de oferecer um bom serviço.
“Há colegas que estão em situação pior que a minha, e eu nem trabalho diretamente com os reeducandos. Mas muitos temem alguma forma de represália, por isso não se pronunciam”, afirmou. Ele alegou que há perseguição dentro do sistema prsional, por isso preferiu não se identificar.
Outro lado
Em entrevista, o secretário da Justiça e Cidadania, Waney Vieira, garantiu não ter conhecimento da suposta epidemia de tuberculose.
“Não recebi oficialmente nenhum documento. O diretor do sistema penitenciário disse que queria conversar comigo, pois tinha recebido uma ‘visita’, mas ainda não tivemos oportunidade de conversar. Talvez, seja sobre isso [epidemia de tuberculose], mas não recebi uma notificação oficial sobre essa situação. Se tiver algum problema de saúde, vamos buscar a Secretaria [de Saúde] e o tratamento para os agentes”, afirmou.
Fonte: G1
