Governador Coronel Marcos Rocha está numa sinuca de bico em relação à greve dos agentes penitenciários de Rondônia

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O governo Marcos Rocha está numa verdadeira sinuca de bico, em relação à greve dos agentes penitenciários, aliás uma categoria que, desde que foi criada, vive no entorno das suas reivindicações de salários e direitos, deflagrando vários movimentos em poucos anos. Se o governo atender as exigências deste grupo de servidores, já que aceitou o enfrentamento, porque diz não ter como cumprir o que querem esses servidores, em função de falta de orçamento, terá que fazer o mesmo com várias outras categorias. Poderá surgir um efeito cascata incontrolável, ao ponto de paralisar o Estado.

É um risco apenas, mas o risco existe.

De outro lado, ao não aceitar as exigências dos agentes, a área da segurança fica fragilizada, na medida em que cada vez mais policiais militares terão que ser deslocados para cuidar dos presídios, enquanto apenas 30 por cento dos agentes trabalham. Marcos Rocha tem dito que não tem como pagar o que pede a turma que cuida dos presídios.

Uma fonte importante do governo comentou que a greve já estava desenhada e planejada bem antes da nova administração assumir, “mesmo a categoria sabendo que não haveria recursos para que o pagamento fosse feito”. Não é mais apenas uma batalha entre governo e agentes: é uma situação que põe em perigo a segurança pública, fragilizada com o deslocamento de policiais militares para cuidar dos presídios e, ainda assim, apenas durante o dia. Não é de graça que várias fugas foram registradas nos últimos dias.

Queiram ou não, elas servem de pressão para cima do governo. A cobrança, sem dúvida, não será feita sobre os agentes.

Além disso, ao que parece, o assunto começa a extrapolar questões trabalhistas para se tornar também uma rusga política, já que o principal líder dos agentes é o deputado reeleito Anderson Ferreira, até há pouco comandante da categoria e que certamente será uma adversário duro de Rocha e seu governo no parlamento.

Caso as reivindicações dos agentes sejam atendidas, pode-se imaginar quando os professores (alguém merece mais do que eles?) com seus salários pífios,  e com a  distância abissal do que seria o correto, começarão também a se mobilizar, pedindo aumento e outras vantagens! E os policiais, cujos vencimentos ainda estão longe da realidade?

Aqueles que atuam em setores vitais, como os da saúde pública, não teriam direito também de exigir mudanças salariais, melhores condições de trabalho e outras reivindicações para lá de necessárias? Aliás, todas as categorias de servidores, incluindo os agentes, é claro, entre os cerca de 50 mil que atuam em Rondônia (excluindo-se aí, obviamente, os CDS), vão querer e merecer reajuste.

E o Governo vai quebrar, porque só viverá para pagar salários de funcionários e deixará os demais 1 milhão e 550 mil rondonienses sem atendimento, sem melhorarias na vida de todos, por absoluta falta de recursos. O Brasil está sepultando a República Sindicalista, felizmente. Menos no serviço público.


Fonte: Rondônia Dinâmica

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