O reconhecimento ainda é o maior obstáculo enfrentado pela categoria, afirma o presidente do Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS). Sem data para encerrar, uma enquete pública que questiona as maiores dificuldades no dia a dia de agentes penitenciários do Estado, deixa no topo da pesquisa, o salário baixo e o perigo como maior medo dos trabalhadores.
Só na última semana de novembro, ao menos cinco ocorrências foram registradas em presídios de Mato Grosso do Sul. Duas agentes das penitenciárias de Três Lagoas e Rio Brilhante foram feitas reféns durante motins e uma lista, supostamente feita por uma facção criminosa, foi revelada com ‘ordem de execução’ a agentes da Capital.
"O que o agente precisa é de reconhecimento diante do risco que se corre, que em muitos casos é maior que outras corporações da segurança pública. Somos de nível superior e tivemos perca salarial de 53%", explica Santiago.
Sobre a ação que pede que mais 1.878 agente penitenciários sejam contratados gradualmente pelo Estado, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) disse apenas que 468 concursados estão na etapa final para convocação. Ele pontuou que diante da crise econômica e com a custódia de presos federais custeados com recursos próprios, não se pode pensar em ampliar gastos.
Santiago rebate a decisão e ressalta que o número não deve solucionar os problemas com a custódia do Estado, já os sistemas em Coxim, Paranaíba, Cassilândia, Jardim, Rio Brilhante, Bataguassu, Ponta Porã e Corumbá estão ampliando. O Estado conta com 1,388 agentes, destes 907 da segurança de custódia.
"Para cada unidade penitenciária funcionar na condição mínima é preciso de 90 agentes. Esse número de 468 agentes que serão chamados pode ajudar a demanda atual, já que totalizaria 1,6 agente por plantão para amenizar o sistema. Na Máxima, por exemplo, são 8 agentes de plantão para 2,6 mil detentos. Digamos que algum preso passe mal, esses oito agentes terão de abrir uma cela com o dobro de presos", explica.
Curso de Formação
Santiago acrescenta que o curso de formação atual, não oferece o curso de tiro, nem de porte de arma. "Ou seja, o estado está formando pela metade e quer resultados positivos.
"Se a policia civil, armada, tem problemas em custodiar os presos, imaginem nós agentes, somente com apitos. Já fizemos a denúncia ao Estado, estamos falando de segurança pública, mas nada é resolvido", finaliza.
Fonte: Midiamax
Imprensa Sindasp-SP