A Penitenciária II “Maurício Henrique Guimarães Pereira” (P-II), de Presidente Venceslau, será a primeira do Estado de São Paulo a receber a instalação de bloqueadores de celular. O anúncio foi feito pelo secretário de Administração Penitenciária (SAP), Lourival Gomes, na última terça-feira, dia 17 de dezembro de 2013, em visita ao município.
“A primeira é Presidente Venceslau, pelas próprias razões que vocês que moram aqui já sabem. A empresa [vencedora da licitação] me informou, verbalmente, que até o dia 15 bloqueia a Penitenciária II”, destacou o chefe da Pasta na ocasião.
Depois de acompanhar o anúncio do secretário, o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), Daniel Grandolfo, comemorou essa conquista para a população e também para os servidores.
“É de extrema importância e o sindicato dá todo o apoio. [A P-II] é a penitenciária mais segura e mais perigosa de todo o Estado. Lá estão todos os líderes das facções, como o Marcola, e toda a liderança do PCC [Primeiro Comando da Capital]. É extremamente importante que se instale os bloqueadores para ontem. Já demorou para o Estado fazer. Somos favoráveis que isso aconteça em todas as unidades do Estado”, analisou Grandolfo.
O secretário de Estado ainda explicou que a Secretaria de Administração Penitenciária escolheu, inicialmente, 23 unidades prisionais para a instalação dos bloqueadores. “Levamos em consideração dois pontos: a existência de crime organizado com forte atuação fora da prisão e presos perigosos”, pontuou.
De acordo com Gomes, o Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) “Dr. José Ismael Pedrosa”, de Presidente Bernardes, presídio de segurança máxima onde funciona o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), deve ser o próximo na região a receber o bloqueador. “Mesmo sem ter sido pego nenhum celular no local, é necessária essa instalação. O CRP de Bernardes, para ser o melhor do país, falta apenas o bloqueador de celular”, garantiu.
“Depois nós vamos ampliando para outros locais”, adiantou o chefe da SAP.
Para se chegar aos bloqueadores que serão instalados, Gomes lembrou que os primeiros “não atendiam a necessidade do Estado de São Paulo”. “Alguns testados conseguiam bloquear determinada operadora e outras não. Outros conseguiam bloquear, mas não conseguiam cumprir uma exigência da Anatel, que determina que o bloqueio seja limitado ao perímetro da prisão – não pode haver vazamento de nem um metro, por exemplo, fora dela”, mencionou.
“Antes dessa instalação, fizemos testes em três prisões de alto grau de dificuldade: Guarulhos, que tem um tráfego aéreo intenso, por causa do aeroporto internacional; um dos presídios da região do Belém, em São Paulo, que tem 60 torres num raio de três quilômetros, ou seja, possui um sinal muito forte de aparelhos celulares; e também no presídio da Marginal Pinheiros, porque atrás dele passa uma rede ferroviária e queríamos saber se havia influência da energia elétrica, dos trens ou dos carros na própria via”, esclareceu Gomes.