Possibilidade de novas unidades prisionais fomenta sensação de insegurança na região oeste

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Com 19 unidades penais e mais de 23 mil detentos, o oeste paulista se “destaca” pela concentração de presídios. Porém, apesar dos prejuízos que estes “empreendimentos” trouxeram, afinal a região recebe vários presos de alta periculosidade, e das ínfimas contrapartidas dispostas aos municípios que recebem as unidades, o governo paulista parece não ter desistido de ampliar o número de penitenciárias por aqui.

 

Como publicado ontem, por este diário, a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SAP) confirmou que realiza estudos para construir novas unidades prisionais em Pacaembu. E mesmo tentando “tranquilizar-nos” de que são apenas pesquisas e não garantia das instalações, o anúncio não é de agrado geral.

 

O governo analisa a construção de presídios como uma alternativa para o problema da superlotação carcerária em todo o território paulista, mas não considera que a concentração deles, em uma mesma região, favorece o reforço do crime organizado e provoca um impacto negativo no desenvolvimento socioeconômico.

 

O indispensável e urgente, neste momento, é uma reorganização do sistema prisional. Não adianta novas sedes penais se detentos contam com regalias, acesso facilitado a celulares e informações externas, mandam e desmandam dentro e fora das penitenciárias. Também não nos parece proveitosa a ideia de que edificar mais unidades seja uma resposta ao alto índice de violência e impunidade dos bandidos, uma vez que o problema está nas brechas da justiça que permitem liberdade e mordomias a quem não deveria.

 

E, enquanto todo o sistema não for reformulado, a tendência é que sejam necessários mais presídios, pois a criminalidade prosseguirá e o povo permanecerá como vítima, à mercê da injustiça, violência e ousadia de bandidos.

 

A resposta que se espera do poder público é muito mais abrangente. Por isso, representatividades políticas e sociais da região devem se unir no propósito de contra-argumentar e se posicionar a respeito desta iniciativa unilateral. Tal cobrança não pode ser superficial e temporária, lembrando que no próximo ano é período de eleições e promessas podem não ser cumpridas depois delas.

 

Em nome da sociedade do oeste paulista, é hora de reivindicar um reconhecimento e compromisso formal por parte do governo do Estado, que coloque um basta definitivo nesta proposta de acrescentar unidades prisionais em uma região que já ultrapassou o seu limite de contribuição carcerária e que tem pago um alto preço por isso.

 

Fonte: O Imparcial

 

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