Presidente do Sindasp-SP concede entrevista à Rádio Justiça

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Carlos Vitolo
Assessor de imprensa do Sindasp-SP

(Confira o áudio completo no final da reportagem)

O presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp-SP), Cícero Sarnei dos Santos, concedeu entrevista à Rádio Justiça, de Brasília-DF, ao programa ?Justiça da manhã?.

O programa abordou questões relacionadas aos presídios femininos e contou com a participação de diversos profissionais, considerados especialistas da área. Entre os participantes estavam o advogado criminalista, Dálio Zippin Filho, membro do Conselho Penitenciário do Paraná (CONPEN) e especialista no sistema penitenciário brasileiro e da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

De acordo com o advogado, está ocorrendo um aumento da população feminina encarcerada e ?de certa forma, nossos dirigentes são machistas? e não olham para essa questão, ?tanto que estão faltando penitenciárias femininas em todo o Brasil e as que existem não suprem as necessidades? das encarceradas, destacou. ?Pensamos nas penitenciárias femininas e esquecemos completamente das penitenciárias femininas no Brasil todo?, disse. E apontou que ?raramente os presídios femininos se voltam para a questão da mulher, para a melhoria da qualidade intelectual, vida, profissional. Ainda estamos no Brasil pensando que a mulher é um mero objeto de reprodução e serviços domésticos […]?, destacou.

Outro participante foi o promotor de Justiça do Ministério Público de Alagoas, da área de direitos humanos, Flávio Gomes da Costa, que destacou que a questão da superpopulação das unidades ?dificulta a aplicação de determinadas políticas que deveriam haver no sistema penitenciário, como é o caso das mulheres por exemplo?, disse. Apontou que muitas estão gestantes, outras com filhos pequenos e que precisava haver um sistema diferenciado. […].

Perguntado sobre a forma com que é preparado os (as) agentes que atuam nas unidades que acolhem o gênero feminino, o presidente do Sindasp-SP apontou que há um cuidado na realização concurso para agente de segurança penitenciária feminino, e, com isso, ?as detentas são tratadas por pessoas do mesmo sexo. Da mesma forma ocorre também os homens. Uma vez que as mulheres são tratadas pelas próprias mulheres, nós acreditamos que há um entendimento e compreensão muito maior com relação as apenadas e detidas no sistema prisional do Estado de São Paulo?, destacou Sarnei.

O presidente destacou ainda que quando se trata dos princípios gerais, garantidos pela Constituição, o tratamento a ambos são iguais. ?No que se refere à pessoa humana o tratamento é um pouco diferenciado porque as mulheres não têm o mesmo modelo biológico que os homens. Existem algumas necessidades especiais e elas devem receber tratamento especial também?. O diretor ressaltou que no estado os agentes trabalham da melhor maneira possível para prestar um serviço de qualidade às mulheres. ?Ainda não é o que nós queríamos, mas estamos trabalhando neste sentido. Tudo vai depender da política de governo, não somente em relação ao trato das mulheres, mas também dos homens. Enquanto representante de entidade estamos sempre cobrando a melhoria do sistema, especialmente no que se refere à população carcerária que está exagerada […], disse Sarnei.

💡Direitos reservados. É permitida a reprodução da reportagem em meios impressos e eletrônicos, somente com a citação do crédito do jornalista e da Instituição Sindasp-SP (sob pena da Lei 9.610/1998, direitos autorais).

Ouça o áudio completo da entrevista:

PARTE 1

PARTE 2 (Participação do presidente do Sindasp-SP)

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