O presidente e o vice do Sinpoljuspi (Sindicato dos Policiais Civis e Agentes Penitenciários), Jacinto Teles e Francisco de Assis Carvalho Neto, respectivamente, por pouco não foram algemados na manhã de hoje, durante manifestação em frente à Casa de Custódia. A determinação para algemá-los e prendê-los partiu do capitão Wilson Gomes, da Companhia de Presídios, mas não foi cumprida pelos soldados da Polícia Militar.
O governo do estado tem dívida de aproximadamente R$ 2 milhões com o Sindicato referente ao descumprimento para corrigir valores do adicional noturno e extraordinário. A informação partiu do presidente Jacinto Teles, logo depois do conflito com policiais do RONE (Ronda Ostensiva de Natureza Especial) e Companhia de Presídios.
Teles afirmou que os policiais civis e agentes penitenciários estavam realizando uma manifestação pacífica diante da Casa de Custódia, com uso de carro de som, quando foram interpelados agressivamente pelo capitão Wilson Gomes. O oficial se dirigiu aos sindicalistas afirmando que não iria admitir baderna diante do presídio.
Ele ameaçou prender Jacinto Teles e o vice-presidente do Sinpoljuspi, Francisco de Assis Carvalho Neto. O oficial mandou algemá-los, houve alteração de ânimos e os policiais decidiram não cumprir a ordem do capitão. Jacinto questionou: ‘O senhor está cumprindo ordem de quem?’, ao que Gomes respondeu: ‘Estou falando em meu nome.?
Jacinto Teles pediu que o oficial colocasse suas armas de lado e viesse algemá-lo pessoalmente. Ele afirmu que os penitenciários estavam realizando manifestação pacífica em sem armas. O oficial terminou recuando.
DETERMINAÇÃO POR ESCRITO
O sindicalista reagiu afirmando que ele tinha que trazer uma determinação por escrito. ‘O senhor não tem autoridade para adotar esse tipo de determinação. Não estamos fazendo nenhuma perturbação de ordem pública. Estamos cumprindo um preceito constitucional, um direito de toda a classe trabalhadora, que é o direito legítimo de greve.’
Teles argumentou ainda que o governo está negando direitos aos policiais civis e agentes penitenciários. Citou como exemplo a negativa de pagar férias proporcionais, aposentadoria e adicionais noturno e extraordinário, apesar de determinação do Tribunal de Justiça feita há um ano.
O Tribunal reconheceu que os adicionais são verbas habituais. ‘O governo não cumpre.’ O pagamento de multa, quando ocorrer, deve ser feito em benefício do Sinpoljuspi, afirmou Jacinto Teles.
SERVIDORES FANTASMAS
Ele também falou para o oficial que há funcionários fantasmas na estrutura da Secretaria de Justiça e Cidadania. ‘Eles somam pelo menos 30 servidores, dos quais temos prova.’ Teles afirmou que vai entrar na Justiça nesta quinta-feira (04) exigindo a destituição dos fantasmas e também a devolução de valores que foram percebidos irregularmente. Cita como exemplo o ex-diretor da Penitenciária de Vereda Grande, em Floriano (261km de Teresina), Raimundo Nonato Coutinho Maia, irmão da secretária Cléia Coutinho.
Coutinho Maia foi exonerado das funções mas recebeu proventos durante cinco meses. ‘Queremos que ele devolva ao erário aos recursos recebidos indevidamente.’ Segundo ele, o coordenador de Segurança e Disciplina da Casa de Custódia é servidor fantasma. ‘Existem inúmeros na estrutura administrativa do estado.’
Fonte: 180 Graus
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