De um lado, a sociedade civil busca um profissional de segurança pública mais cidadão, como um guardião da ordem pública. De outro, os servidores lutam por melhores salários e condições dignas de trabalho.
Durante os três dias da Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg), em Brasília, a primeira tentativa de interação e discussão entre sociedade civil, poder público e profissionais poderia ter resultado traumático, mas surpreendeu. Neste último dia de Conferência, o sentimento dos participantes é o mesmo: somente a integração e a participação dos envolvidos poderão mudar e melhorar a segurança pública no Brasil.
O dirigente sindical dos petroleiros do Rio de Janeiro, Abilio Valério, se emociona ao falar da Conseg. Ele voltará para sua cidade com a sensação de dever cumprido. ?Aqui ninguém tem patente. É muito bom ver pessoas comuns interagindo com o soldado, praça, oficiais da policia militar, bombeiros, delegados da policia federal. Todos de forma igualitária debatendo a segurança pública?. E complementou: ?Que a população se empodere desta conquista e participe de todas as formas de consulta popular?.
Todo o esforço dos participantes da Conseg em transformar a segurança pública será apresentado ainda hoje em 10 princípios e 40 diretrizes. A idéia é integrar as propostas à política nacional de segurança pública.
Já Marcelo Nolasco, policial Rodoviário Federal há 15 anos, acredita que prevalecerá o anseio da sociedade civil por uma segurança cidadã e que todos os órgãos podem, sim, proteger a sociedade e não oprimir as minorias. ?Levo para casa um grande exercício de democracia?, disse.
O coordenador de Mobilização da Conseg, Guilherme Leonardi, está satisfeito com a participação da sociedade no processo da Conferência. Ele conta que, desde o começo das etapas estaduais, municipais, livres e dos projetos especiais, a Conseg conseguiu reunir grande numero de pessoas qualificadas e dispostas a debater a construção de um novo modelo de segurança pública.
?É um momento histórico que marcará a vida de muitas pessoas e da segurança pública no nosso país?, diz. ?É a primeira vez que reunimos num mesmo espaço tantas pessoas de tantos segmentos e categorias diferentes para fazer a discussão de qual modelo de segurança pública nós queremos?.
Quem também concorda com a análise é o presidente do Conselho Nacional de Dirigentes de Ordens periciais, Giovani Adriano, perito criminal há 12 anos. ?Uma excelente oportunidade de fazer o intercâmbio com pessoas de diversos níveis da sociedade. E a gente aprende que pessoas lá da base podem contribuir com a segurança cidadã que queremos?, explica.
Fonte: Conseg
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