Hospital alega que descredenciamento foi uma decisão administrativa; instituto vai abrir novo edital
O Hospital Samaritano de Sorocaba encerrou na segunda-feira o atendimento aos usuários do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe). Em nota, a instituição de saúde citou que foi uma decisão administrativa, sem qualquer relação com questões financeiras entre as empresas, como atraso ou falta de pagamento.
O Iamspe informou que reabrirá de imediato o edital de credenciamento para buscar um novo hospital em Sorocaba.
A assessoria de imprensa do Iamspe explicou que o Hospital Samaritano atendeu ao edital de credenciamento de entidades hospitalares, aberto no dia 1º de abril de 2014, e firmou contrato de prestação de serviços médico-hospitalares aos usuários do instituto. “Logo em seguida, a instituição de saúde solicitou, sem motivo, o descredenciamento.” O contrato, firmado no dia 28 de abril, assegurava o acesso dos servidores conveniados ao Iamspe a consultas, exames, pronto-socorro e cirurgias no Hospital Samaritano. O investimento previsto, segundo o Iamspe, era de R$ 3 milhões por ano para garantir assistência médica aos mais de 25 mil servidores e beneficiários que residem na cidade.
Atualmente, a rede assistencial do Iamspe na região é composta pela Climeso Clínicas Médicas, que oferece atendimentos de urgência e emergência em Sorocaba, além de outros sete hospitais – em Avaré, Botucatu, Capão Bonito, Fartura, Itapeva, Pirajú e Tatuí – e 170 médicos credenciados nas diversas especialidades, que atendem diretamente em seus consultórios e clínicas.
Até janeiro deste ano, o Iamspe mantinha convênio com a Santa Casa de Sorocaba para o atendimento dos seus beneficiários. Mas depois que a Prefeitura decretou a intervenção na Santa Casa, no dia 16 de janeiro, houve o rompimento do convênio, deixando desassistidos todos os segurados. Um novo processo de credenciamento de instituições de saúde foi realizado, mas apenas duas delas se habilitaram, o Hospital Samaritano e a Climeso. Cerca de 116 mil pessoas entre funcionários públicos do Estado e seus dependentes são beneficiários do Iamspe na região, 25 mil deles no município de Sorocaba.
Sem atendimento
Quem tem sofrido com o rompimento do contrato entre o Hospital Samaritano e o Iamspe é a dona de casa Elza Maria de Melo, 66 anos. Residente em Sorocaba, ela foi submetida a uma cirurgia na cabeça em novembro do ano passado e agora precisa fazer uma ressonância. O problema é que o exame só pode ser feito em São Paulo. “É muito complicado ela sair daqui e viajar para fazer essa ressonância”, comenta o aposentado Raimundo Aparecido de Melo, 70, marido da paciente.
Segundo Melo, que é servidor estadual aposentado, o Iamspe deveria dar mais atenção ao interior. “É preciso que aqui em Sorocaba tenha todos esses exames”, cobra.
Fonte: jornal Cruzeiro do Sul
