Capacitar agentes prisionais e diretores de cadeias públicas do interior do Estado foi uma das diretrizes da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) com o Curso de Formação Continuada dos Servidores Envolvidos na Ressocialização, ocorrido ao longo de 2008. Pelo menos 450 pessoas, entre servidores e comunidade, foram capacitadas nos municípios de Rondonópolis, Juara, Cáceres e Sinop.
Em cada encontro, temas como Direitos Humanos; Educação em Prisões; Estatuto da Criança e do Adolescente; Diretrizes Gerais da Secretaria Adjunta de Justiça; Homofobia foram debatidos. Em Cáceres e Juara, os agentes prisionais puderam aprimorar na prática conhecimentos sobre procedimentos operacionais de como algemar, conduzir reeducandos e realizar revista pessoal. A aula foi ministrada pelo gerente de Inteligência Penitenciária da Sejusp, Altair Vicente.
Em Cáceres, o curso qualificou 98 agentes prisionais de sete cadeias públicas dos municípios de Jauru, Araputanga, Vila Bela da Santíssima Trindade, Mirassol D?Oeste, São José dos Quatro Marcos, Cáceres e Comodoro.
Para o coordenador de Ensino Penitenciário da Sejusp, Rowayne Soares Ramos, o objetivo da capacitação, além de proporcionar nova reflexão sobre o papel do agente prisional na filosofia da reinserção social dos reeducandos, é despertar na sociedade um olhar diferenciado quanto à gestão penitenciária. ?É uma instituição tão importante para a sociedade quanto uma escola ou um posto de saúde?, disse.
De acordo com o superintendente de Gestão de Cadeias da Sejusp, Claudomiro Messias de Lima, ?o investimento em capacitações é uma política pública da Secretaria de Justiça e Segurança Pública?.
?Levar a capacitação para os municípios do interior do Estado é uma forma de equalizar as ações de gestão humana da Sejusp, buscando trabalhar as habilidades e competências dos servidores da segurança?, salientou Rowayne Ramos.
TRABALHO EM GRUPO ? Ressaltando a importância da relação interpessoal, o curso também proporcionou aos capacitados dinâmicas e trabalhos em grupo, como forma de melhorar a convivência entre os colegas de trabalho e o auto-conhecimento.
Segundo a psicóloga Sandra Carolino, coordenadora da capacitação em Sinop, o objetivo da disciplina é ?valorizar o servidor para que ele se conheça e, principalmente, saiba qual papel desempenha dentro do sistema?.
Outra forma de trabalho em grupo desenvolvida durante o curso foi a oficina de texturização e pintura, ministrada pela coordenadora de artes do presídio feminino de Cuiabá, Ana Maria do Couto May, Cleusa Maria Fardin.
Na oficina, reeducandos e agentes prisionais puderam aprender técnicas de pintura barroca em gesso, pintura e texturização de telhas e parede com decapagem, e técnicas especiais de pintura em isopor.
Para a coordenadora de artes do presídio feminino de Cuiabá, Cleusa Maria Fardin, levar a oficina para as cadeias do interior é uma maneira de formar multiplicadores, ?para que essas pessoas possam dar continuidade aos trabalhos de ressocialização dos reeducandos, fazendo com que eles vejam a arte como forma de empreendedorismo?.
O Curso de Formação Continuada aconteceu em parceria da Sejusp por meio da Coordenadoria de Ensino Penitenciário, Fundação Nova Chance, Corregedoria Geral de Justiça, Conselhos da Comunidade, Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e Assembléia Legislativa.
Fonte: ExpressoMT/ Secom