Sindasp-SP pede audiência com governo e cobra reajuste
Carlos Vitolo
Assessor de imprensa do Sindasp-SP
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Após 12 anos sem reajuste no vale-alimentação, os servidores do Estado de São Paulo não têm nenhuma perspectiva de que o governo faça qualquer alteração no valor do ticket. O vale-alimentação oferecido pelo governo de São Paulo é tão baixo, que passou a ser chamado "carinhosamente" de vale coxinha.
O último reajuste ocorreu em 9 junho de 2000 por meio do Decreto 44.959, publicado pelo então governador Mario Covas. Até hoje, os servidores ainda recebem o mesmo valor de R$4,00 por dia de trabalho, o que no mês equivale a R$88,00 em seu valor máximo, já que se houver falta ao trabalho o valor é descontado.
Em 2000, o salário mínimo era de R$151,00 e o vale-alimentação mensal de R$88,00, o que correspondia a 58,27% do salário mínimo. Hoje, com o salário mínimo em R$622,00 o ticket corresponde apenas a 14,14%. Se o reajuste tivesse acompanhado a porcentagem, atualmente o valor diário do vale-alimentação seria de R$16,47 e o mensal de R$362,43.
O reajuste do benefício está entre as principais reivindicações das categorias dos agentes de segurança penitenciária (ASP) e agentes de escolta e vigilância penitenciária (AEVP). Em outubro do ano passado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) concedeu um reajuste salarial de 15% aos ASPs e AEVPs, no entanto, não fez qualquer menção ao vale-alimentação, que constava na pauta de reivindicação dos servidores. De acordo com o presidente do Sindasp-SP, Daniel Grandolfo, o reajuste não supriu as perdas da inflação.
Além dos 12 anos sem reajuste no ticket, outro problema sério é a questão da limitação do teto, estipulado em 141 UFESP (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo). A limitação do teto impede que todos os servidores, cujos salários ultrapassem tal limite, recebam o benefício. “Além do reajuste do benefício, solicitamos também que fosse retirado o teto para que todos pudessem continuar recebendo o ticket, mas não fomos atendidos pelo governo”, disse Grandolfo.
Insatisfeito com o longo período sem reajuste no vale-alimentação, e sem qualquer perspectiva por parte do governo, o presidente do Sindasp-SP encaminhou um ofício em 18 de janeiro à secretária de Estado de Gestão Pública, Cibele Franzese, solicitando uma audiência para discutir um reajuste no valor. No entanto, mais de um mês se passou e o Sindasp-SP não recebeu nenhuma resposta da secretária.
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