Desde o início do mês de setembro, pelo segundo ano consecutivo, o Sindasp aderiu à campanha “Setembro Amarelo”, que fala sobre suicídio, no intuito de esclarecer, conscientizar, estimular o diálogo e abrir espaço para tirar esse assunto da invisibilidade.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) no Brasil a taxa de suicídio cresceu mais de 7% nos últimos seis anos, no Tocantins esse número vem crescendo também, em 2017, 2018 e até julho de 2019 mais de 300 suicídios foram registrados, segundo dados do DataSus.
Mas, além dos dados que nos assustam, a OMS também revela que nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas, o que indica que a prevenção é fundamental para reverter essa situação. E é com intuito de abranger o conhecimento sobre o tema e facilitar o entendimento sobre como combater a depressão, uma doença que é, comumente, ligada ao suicídio, que o SINDASP volta a trazer o tema para o dia a dia dos servidores do sistema prisional paulista.
A saúde mental de um ser humano é ligada a qualidade do ambiente de trabalho, estilo de vida saudável e os vínculos emocionais. No que tange ao cotidiano dos servidores do sistema prisional, que é de extrema complexidade, a sobrecarga diária e os relatos de assédio moral e até físico, tem feito com que o sindicato se preocupe e acenda um alerta quanto a importância de procurar orientar quais os principais sintomas de depressão, a busca correta de orientação médica, combater o assédio moral dentro do ambiente de trabalho, além de alertar aos servidores como procurar ajuda.
“É de suma importância ouvir o pedido de socorro daqueles que sofrem calados, daqueles que colocam uma máscara de sorriso, mas que na verdade estão chorando por dentro. A qualidade no ambiente laboral e familiar contribuem muito para o tratamento e/ou prevenção dos males psíquicos”, ponderou Valdir Branquinho, presidente do Sindasp.
Como ajudar alguém
Os familiares e amigos devem, sobretudo, se dispor a se aproximar de alguém que demonstra estar sofrendo ou que apresenta mudanças acentuadas e bruscas do comportamento. É preciso estar disposto a ouvir e, se não se sentir capaz de lidar com o problema apresentado, ir junto em busca de quem possa fazê-lo mais adequadamente, como um médico, enfermeiro, psicólogo ou até um líder religioso.
De acordo com os médicos, o ideal é que a pessoa seja encaminhada a um psiquiatra e seja medicada. E, no mundo ideal, que tenha um acompanhamento de um terapeuta e o apoio da família.
Outro fator importante a ser lembrado é que, caso a pessoa precise fazer uso de algum medicamento, ele não tem efeito imediato. Por isso, os primeiros 30 dias após uma tentativa de suicídio e o início do tratamento são os que precisam de mais atenção.
Na rede pública, a indicação é procurar os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) do Sistema Único de Saúde (SUS). Por lá, é possível marcar uma consulta com um psiquiatra ou psicólogo. O Centro de Valorização da Vida (CVV), fundado em 1962 em São Paulo, faz um apoio emocional e preventivo do suicídio pelo número 188.