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Diretores e filiados do Sindasp-SP participaram na tarde de terça-feira (23), em São Paulo, de um protesto junto com policiais civis contra o governo do Estado.
Os servidores fizeram uma carreata e cobraram o agendamento de uma audiência com Alckmin para discutir a pauta unificada da segurança pública, elaborada pelas categorias e que destaca as reivindicações dos trabalhadores.
A marcha saiu do Parque do Povo, no Jóquei Clube, e foi até o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, sede do governo paulista, onde foi realizado um ato público em frente ao local, já que o governador mandou acorrentar os portões e reforçou a segurança para impedir a entrada dos servidores.
Apesar do manifesto, do barulho das buzinas dos veículos, cornetas e discursos inflamados, como por exemplo, do presidente do Sindasp-SP, Daniel Grandolfo e do deputado estadual Olímpio Gomes, o governador anunciou que estava em audiência e que não iria receber os representantes dos servidores.
No próximo dia 6, foi marcada a continuidade da Assembleia Geral Extraordinária e Unificada da Segurança Pública, que teve início em 4 de julho. A Assembleia é permanente e elaborou a pauta unificada das categorias da segurança pública, entregue ao governador em 5 de julho pelo deputado federal Paulo Pereira, o Paulinho da Força.
Como não houve nenhuma resposta do governador e nem a Comissão das categorias foi chamada para discutir as reivindicações, a nova Assembleia do dia 6 poderá decretar greve no sistema penitenciário e na Polícia Civil.
A Assembleia será realizada na Praça Vinícius de Moraes, às 14h. O local fica ao lado do Palácio dos Bandeirantes. De acordo com o presidente do Sindasp-SP, se houver número suficiente de interessados, um ônibus poderá sair da sede estadual rumo a São Paulo para a participação na Assembleia.
Durante o manifesto, o presidente do Sindasp-SP, Daniel Grandolfo, discursou e destacou diversos problemas que ocorrem no sistema penitenciário. “Quero aqui deixar bem claro o caos que o sistema prisional se encontra. Há uma total falta de respeito com os servidores. Em todas as unidades, não há mais condições de o agente penitenciário trabalhar, o risco é muito grande e as unidades estão com o triplo da capacidade e faltam servidores para se trabalhar. Todos os meses nós temos agentes penitenciários executados pelo crime organizado”, disse Grandolfo. “O governo sequer esse ano deu reajuste da infração para nós servidores. Estamos esquecidos! Eu quero aqui deixar o meu protesto e dizer que o sistema prisional vai parar”, finalizou.
O diretor Jurídico do Sindasp-SP, Rozalvo José da Silva, também discursou e lembrou da reportagem publicada pela revista Isto É, no último fim de semana, que apontou que nos governos de Geraldo Alckmin, José Serra e Mario Covas, cerca de US$ 50 milhões teriam sido desviados das obras do metrô. A denúncia foi feita pela multinacional alemã Siemens, que acusou formação de cartel nas obras do metrô, em São Paulo. Alckmin será alvo de uma ação de improbidade.
Alckmin: Em entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo”, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que está disposto a conversar e que o governo pretende gastar R$ 700 milhões em benefícios aos policiais. “Este ano tivemos a incorporação do adicional por local de exercício (ALE), o que aumenta salário das Polícias Civil, Militar, Científica e Penitenciária”, comentou o governador ao jornal.