Sindasp esclarece reportagem veiculada no Fantástico

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Carlos Vítolo
imprensa@sindasp.org.br

O Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo) não contesta as imagens, mas esclarece alguns fatos e dados apresentados na reportagem.

Na reportagem, o presidente da junta diretiva do Sifuspesp (Sindicato do Sistema Prisional do Estado de São Paulo) João Rinaldo Machado, é apresentado como presidente do Sindasp e afirma que ?um dos problemas da cadeia pode estar na falta de treinamento adequado dos funcionários?, diz o presidente da junta diretiva.

Em primeiro lugar, a pessoa citada não tem absolutamente qualquer relação com o Sindasp. O presidente do Sindasp é Cícero Sarnei dos Santos. Vale ressaltar que em nenhum momento o presidente do Sindasp ou qualquer membro da diretoria da instituição foram procurados pela reportagem do Fantástico. Assim, não se justifica a tarja exibida na reportagem.

Através do diretor de Política Sindical do Sindasp, José Maino Marques, o Sindicato esclarece que a reportagem veiculada mostra um problema existente em todas as unidades prisionais do estado. Diz ainda, que os possíveis acertos de conta entre os detentos fazem parte de ?richas? pessoais, e que ?não há como controlá-los plenamente, embora esse seja nosso objetivo. Infelizmente não sabemos quando as mesmas irão ocorrer?. Foi o caso da PII de Presidente Venceslau, uma das penitenciarias mais seguras do estado.

Na PII de Venceslau, onde segundo as imagens ocorreu o assassinato, há a atuação do GIR (Grupo de Intervenção Rápida), que é formado por agentes penitenciários especialmente treinados pela Policia Militar. O GIR tem como objetivo conter distúrbios dentro da unidade. Segundo Marques, ?o GIR também dá segurança aos agentes penitenciários da unidade quando os mesmos vão liberar os detentos para o banho de sol ou o recolhimento dos mesmos para suas celas?. Aponta também que o grupo pode atuar em qualquer outro tipo de atendimento que possa existir no decorrer do dia dentro da unidade (atendimento médico, psicológico, advogados e outros). No período noturno, o GIR atua efetuando rondas na unidade.

De acordo com o sindicalista, as imagens da reportagem mostram que os integrantes do GIR agiram após sete minutos do início do conflito, no entanto, o GIR deu início à intervenção assim que solicitado pelos agentes que faziam a segurança do raio. Caso fosse necessária a intervenção de uma tropa de fora da unidade, o deslocamento até a unidade levaria em torno de 1 hora.

O Sindasp reivindica que o GIR seja criado em todas as unidades prisionais do Estado de São Paulo. O diretor de Política Sindical do Sindasp, que é membro do grupo de trabalho que elabora a Lei Orgânica do Sistema Prisional do Estado de São Paulo, apresentou a proposta para que o GIR seja incluído na Lei Orgânica. ?É importante que o GIR seja implantado em todas as unidades, mas também que o governo tome outras medidas, como: a instalação do scaner corporal (equipamento que permite a visualização de qualquer objeto no corpo daqueles que adentram no presídio). Outra medida é a aprovação da PEC 308/04, que cria a Polícia Penal, para dar mais credibilidade à nossa função, que é de dar segurança dentro das unidades prisionais?, ressaltou o sindicalista.

O presidente do Sindasp relata que, ao contrário dos outros trabalhadores, os agentes penitenciários lidam com a mente do ser humano, referindo-se ao contato diário com os detentos. ?Não sabemos o que estão pensando e maquinando a cada momento. Trabalhamos com prevenção e não com adivinhação?, finalizou o presidente do Sindasp, Cícero Sarnei dos Santos.

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💡 Jornalista responsável: Carlos Vítolo
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