Itens foram apreendidos pela Seap, nesta sexta-feira (20), durante revista de visitantes a detentos no complexo penitenciário
Subdiretor de presídio e inspetor penal são presos por facilitar entrada de celulares e drogas
Um subdiretor de presídio e um inspetor de Polícia Penal foram presos em flagrante suspeitos de facilitar a entrada de 52 celulares, três quilos de maconha, anabolizantes e outros itens proibidos no presídio de Bangu, na Zona Oeste do Rio.
Foram necessárias três mesas pra expor todo o material que estava prestes a entrar no Presídio Gabriel Ferreira Castilho. Conhecido como Bangu 3, é lá que estão presos integrantes do Comando Vermelho.
Segundo investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), com apoio da Corregedoria da Secretaria de Estado de Administração Penal (Seap), quem estava por trás de tudo isso era o subdiretor do presídio, Vinícius dos Santos Cunha, o policial penal Wallace Fernandes Machado Junior. Os dois foram presos na sexta-feira (20).
De acordo com as investigações, os policiais da corregedoria desconfiaram do comportamento de uma visitante que carregava quatro bolsas e não duas, como permitido.
Foto – Celulares, drogas e anabolizantes são apreendidos na entrada de penitenciária – Foto: Divulgação Seap.
Sem saber que era observada, ela fura a fila e vai ao encontro do inspetor penal Wallace e deixa duas bolsas em uma mesa.
Logo depois, um detento que desempenha a função de faxineiro pega as bolsas e as coloca num carrinho, contrariando o procedimento que era levar diretamente à revista.
É nesse momento que o subdiretor Vinícius Cunha entra em ação, segundo os investigadores. Ele tira as bolsas do carrinho e junta a dois sacos de lixo. Vinícius Cunha pega pessoalmente os quatro volumes e passa no escâner.
Neste momento, policiais da corregedoria já estavam na sala e, após o subdiretor passar os volumes na revista sem informar que havia encontrado objetos proibidos, eles abriram o conteúdo e identificaram os celulares, a droga e os demais itens proibidos.
Mesmo desconfiando da visitante, a corregedoria fez parecer que o grupo tinha conseguido enganar a vistoria na entrada do presídio. O objetivo da investigação era flagrar quem eram os agentes envolvidos no esquema.
O subdiretor e o policial penal passaram por audiência de custódia e tiveram as prisões em flagrante convertidas em preventiva.
Entre 2020 e 2023, houve um aumento de 140% no número de aparelhos celulares apreendidos, segundo a Seap. Mais de 10 mil aparelhos foram encontrados por agentes nas portarias e no interior das unidades prisionais.
Por – Leslie Leitão, Gabriela Moreira – g1 Rio
Foto – Seap apreende mais de 50 celulares durante revista no Complexo de Gericinó – Foto: Divulgação Seap.