Técnicos penitenciários entram em greve e deixam fragilizada a segurança nos presídios do DF
Os técnicos penitenciários do Distrito Federal estão em greve a partir desta terça-feira (1/12). As principais reivindicações da categoria são aumento salarial e posse do restante dos aprovados no concurso, em 2007. Apenas 30% do efetivo vai trabalhar enquanto não houver negociações com o Governo do Distrito Federal.
Cerca de 700 manifestantes se reuniram em frente ao Complexo da Papuda durante toda a manhã. Como não houve, até por volta das 12h30, nenhuma manifestação do governo, os técnicos decidiram seguir para a frente da residência oficial do GDF, em Águas Claras. Eles saíram do presídio em carreata e pretendem se reunir aos manifestantes que já estão no local por conta dos escândalos da Operação Caixa de Pandora.
Atualmente, há no sistema penitenciário do Distrito Federal cerca de 850 técnicos em exercício. Destes, ressaltou o diretor da comunicação e imprensa do Sindicato dos Técnicos Penitenciários (Sindpen), Paulo Rogério da Silva, 60 trabalham na parte administrativa, na Subsecretaria de Sistema Penitenciário (Sesipe). O restante tem funções diretas nos seis presídios do DF ? Penitenciária do Distrito Federal I (PDF I) e II (PDF II), Papuda, Centro de Detenção Provisória, Centro de Progressão Penitenciária e Penitenciária Feminina.
De acordo com Sindpen, foram 1,6 mil aprovados no concurso de 2008. Da Silva destaca que, apesar da categoria ter sido criada em 2005, o edital do primeiro concurso foi publicado somente em novembro de 2007. Os primeiros servidores tomaram posse em fevereiro deste ano. ?Ao longo do ano, toda vez que fazíamos uma manifestação cobrando que mais aprovados fossem convocados, eles chamavam mais um pouco?.
Além disso, o representante da categoria afirma que o salário de R$ 1,6 mil está entre os mais baixos pagos pelo GDF. ?Até garis ganham mais que a gente?, destacou Paulo da Silva. Segundo ele, a reivindicação é de que o salário seja, no mínimo, equiparados aos da Polícia Militar, que recebe uma faixa de R$ 5, 2 mil. ?Nossa categoria exerce as mesmas atribuições que o Departamento Penitenciário Nacional, que tem salários médios de R$ 5 mil?. Desde 2005, quando foi criada a categoria, não há reajustes salariais, destacou o representante.
De acordo com o sindicato, a adesão da categoria foi de 100%. A partir das 16h desta terça-feira, os presídios contarão com apenas 30% do efetivo, que vão exercer apenas atividades que visem a segurança dos presídios e a manutenção de serviços básicos como casos de emergência médica e fornecimento de alimento aos internos. Estão suspensos, Por exemplo, escoltas judiciais, realização de visitas, recebimento de presos e fiscalização de internos em regime aberto.
Segurança Fragilizada
O Sindpen confirma que a segurança do Sistema Penitenciário do DF fica fragilizada com a greve. ?Trabalhamos em alta adrenalina, em um lugar em que princípios de rebelião podem ocorrer a qualquer momento, mas não tivemos alternativa. Não era nossa intenção, mas até hoje o governo tem enrolado nossa categoria?.
A reportagem do correiobraziliense.com.br procurou a assessoria da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF) para comentar a greve dos técnicos penitenciários e falar sobre as medidas de segurança a serem adotadas com a paralisação bem como a possibilidade de negociações. O órgão afirmou, por volta das 11h50, que divulgará uma nota oficial esta tarde.
Fonte: Correio Braziliense
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