No 11º dia de greve, os técnicos penitenciários do Distrito Federal não pretendem ceder enquanto até serem atendidos. Na manhã desta sexta-feira (11/12), cerca de 500 pessoas participaram de mais uma assembléia em frente ao Complexo Penitenciário da Papuda e seguiram para a frente da residência oficial do governador, em Águas Claras, onde chegaram por volta de 12h. Lá está prevista uma manifestação exigindo que as reivindicações sejam atendidas.
De acordo com o secretário-geral Sindicato dos Técnicos Penitenciários (Sindpen), André Almeida, o governo fez uma proposta, na última quarta-feira (9/12), rejeitada pela categoria. ?Eles propuseram nos pagara R$ 500 a mais agora em dezembro e mais R$ 500 em agosto do ano que vem?. Segundo o sindicalista, a categoria é, dentre aquelas que cuidam da segurança pública, a que ganha menos, com um salário de R$ 1600, que nunca sofreu reajuste, desde a criação da classe, em 2007.
Segundo ele, a indignação dos técnicos frente á proposta do governo explica-se pela comparação com outras classes que também atuam em presídio. ?Os policiais militares ganham R$ 4.500 e, para trabalhar em presídio recebem uma gratificação de R$ 1.000. O governo entende que R$ 4.500 é pouco para trabalhar dentro do sistema penitenciário, mas mantém nossa categoria com o salário que tem. É insultante!?.
Almeida destaca a dificuldade de se trabalhar em áreas ligadas à segurança pública. ?É algo muito delicado. Investimos também na ressocialização do preso. Não adianta o cara passar cinco anos presos e, quando sair, voltar a roubar. Com a gente em greve, isso também fica prejudicado. Investir na gente é investira na sociedade?.
Dentro dos presídios atendidos pelos técnicos penitenciários, apenas serviços básicos como alimentação, saúde e vigilância funcionam. O sindicalista André Almeida destaca, ainda, que a lei obriga 30% do efetivo em atividade durante greves. ?Estamos mantendo quase 50% pela segurança, que nem é responsabilidade nossa, mas do estado?.
Reivindiações
Os técnicos penitenciários têm duas reivindicações: aumento salarial, considerado injusto, e nomeação de demais aprovados no concurso de 2008. A classe foi criada em 2007, e as primeiras nomeações aconteceram ao longo do ano seguinte. Dos 1.600 aprovados, 1.011foram chamados, mas por conta do baixo salário, renunciaram ao cargo. Atualmente, há 850 profissionais em atividade, segundo o Sindpen.
Fonte: Correio Braziliense
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