Criminosos teriam matado o irmão de um membro do grupo e foram sentenciados à morte no “tribunal do crime”
Criminosos foram enterrados vivos pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) em Jundiaí, interior de São Paulo. Eles seriam integrantes da facção e teriam sido submetidos a uma espécie de “tribunal do crime”, após matarem o irmão de um membro.
Nas covas foram encontrados os quatro corpos dos assassinados pelo “tribunal do crime”. Segundo os laudos do IML (Instituto Médico Legal), obtidos pelo Metrópoles, três das vítimas foram enterradas ainda vivas.
Os cadáveres estavam com as mãos e pés amarrados, todos sem unhas, indicando a tortura antes da morte.
Os criminosos teriam matado o irmão de um integrante da facção para ficar com mais dinheiro na divisão de um montante em um assalto realizado.
Segundo um documento do MPSP (Ministério Público de São Paulo), as vítimas teriam aceitado ir para o Morro São Camilo, em Jundiaí, para resolver a situação.
A ideia era que o caso fosse resolvido através da conversa. No local, eles foram “julgados” e sentenciados a morte no “tribunal do crime”, por ordem do líder regional da facção.
Como o caso foi descoberto
O caso foi descoberto após uma vistoria do DAE (Departamento de Água e Esgoto) de Jundiaí. Um funcionário identificou um corpo enterrado no bairro Engordadouro. O Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil foram acionados e encontraram duas covas rasas no local.
Jardim São Camilo, comunidade no município de Jundiaí
Assassinatos aconteceram no Jardim São Camilo, em Jundiaí – Foto: Divulgação/Claus Pereira/ND
Sobrevivente do tribunal do PCC
Um dos participantes do roubo que motivou os assassinatos prestou depoimento à polícia. Identificado como Humberto, ele passou as informações para os investigadores em troca de proteção, temendo ser morto na cadeia.
Entre os assassinos, estariam Tiago Cajaíba Roberto, o Jagunço, um dos líderes do tribunal do crime; e Roberto de Oliveira Santos, o Zulu, que teria participado da chacina para pagar uma dívida com o tráfico de drogas.
corpo amarrado que estava enterrado em cova feita pelo PCC
Caso foi descoberto em uma vistoria do DAE de Jundiaí – Foto: Divulgação/Polícia Civil/ND
Jagunço foi morto com mais de 30 tiros antes de ser encontrado pela polícia. Ele estava junto de sua esposa, que segurava um bebê de colo no momento do assassinato. O crime ocorreu em 23 de julho de 2019, seis dias antes dos corpos enterrados vivos terem sido encontrados.
Nenhum suspeito pela chacina e ocultação dos cadáveres foi preso.
Kauê Alberguini – Florianópolis
Foto – Criminosos foram enterrados vivos pelo “tribunal do crime” do PCC – Foto: Reprodução/Polícia Civil/ND.