Um vídeo recebido pelo G1 neste domingo (11) expõe as condições da comida oferecida a agentes do Serviços de Operações Especiais (SOE) e Grupamento de Serviço de Escolta (GSE), ambos da Secretaria estadual de Administração Penitenciária. Nas imagens, é possível ver uma bandeja metálica aparentemente lacrada com filme plástico e moscas voando sobre o alimento.
O presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penal, Gutembergue de Oliveira, diz que mudanças no fornecimento de comida aos agentes do SOE/GSE é um pleito antigo da categoria. O ideal, segundo ele, é que os servidores recebessem vale-refeição e não ficassem dependentes do alimento disponibilizado nos "ranchos".
"A melhor maneira era parar de servir essa comida: 90% dela é jogada fora. É de péssima qualidade. Na verdade, o Estado paga e os servidores não comem. É um desperdício de dinheiro público. O ideal é o tíquete-refeição e o 'dessaranchamento' do pessoal do SOE e GSE", disse Oliveira.
Os funcionários que trabalham nesses dois setores da Seap são responsáveis pelo transporte de detentos no estado. São eles, por exemplo, que levam os internos para audiências nos fóruns ou acompanham a ida em hospitais.
A comida das imagens acima foi entregue a agentes da base do SOE/GSE no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste da cidade. No entanto, segundo o presidente do sindicato, o problema é recorrente também em outras unidades: no presídio Ary Franco, em Água Santa; Niterói; Volta Redonda; Itaperuna e Campos dos Goytacazes.
Procurada pelo G1, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que, quando qualquer problema com a alimentação é detectado, é solicitada a troca da comida.
"Ressaltamos que a situação já foi levantada e está sendo resolvida para o bem estar do servidor. Por esse motivo, a Seap está fazendo gestão junto a Secretaria de Fazenda para desarranchar um ticket alimentação. A Seap vem mostrando sensibilidade para resolver os mais diversos problemas e esse é um exemplo do quanto precisa ser melhorado", afirmou o secretário David Anthony.
Fonte: G1/Rio de Janeiro