Assembleia da categoria decide que não é momento para greve

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Em Assembleia Geral Extraodinária realizada na sede do Sindasp-SP na última sexta-feira (4), a categoria decidiu que, embora haja motivos suficientes para se realizar uma greve geral, este não é momento para greve. ?Partimos do princípio que ela deve se efetivar pela maioria. Certamente o momento não é esse?, afirmou o presidente do Sindasp-SP Cícero Sarnei dos Santos.

Carlos Vítolo

Conforme havia sido anunciado no site do Sindasp-SP (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo) a instituição realizou na última sexta-feira (4) uma Assembleia Geral Extraordinária. A convocação foi feita pelo presidente do Sindicato, Cícero Sarnei dos Santos.

O objetivo principal da Assembleia foi discutir com a categoria as ameaças de um possível movimento grevista marcado para o próximo dia 9, e que vale ressaltar, não é liderado pelo Sindasp-SP.

O presidente Sarnei abriu oficialmente a reunião na sede do Sindasp-SP às 19h30 (em segunda chamada). Participaram da Assembleia representantes de diversas unidades do estado, bem como os diretores do Sindasp-SP.

Inicialmente, Sarnei expôs a questão em pauta: ameaças de um possível movimento grevista. De acordo com o presidente, hoje há um novo despertar na categoria, no entanto, ainda é um conceito novo em pleno amadurecimento, mas que ainda é muito recente. ?Antigamente, os agentes eram submetidos ao regime ditatorial e, em alguns casos chegava-se ao absurdo de serem obrigados a bater continência aos seus superiores. Embora a cultura ditatorial ainda tente resistir, muita coisa mudou com a Constituição de 1988. Hoje é diferente, o agente opina, tem um bom conhecimento político e um bom nível intelectual e, com isso, a visão mudou. No entanto, a concretização dos objetivos não se atinge de uma hora pra outra, isso leva um tempo?, apontou o presidente.

Ainda em seu argumento, o presidente lembrou que ?quem faz acontecer é a categoria não é o Sindicato; quem faz greve é a categoria?, disse. Para Sarnei, não adianta a categoria se iludir no momento, pois ainda não há um ?norte? que direcione e fortaleça o movimento. ?Sempre buscamos a unificação dos movimentos, sendo conquistado em 2002 através da Carta de Bauru (confira abaixo), quando todas as entidades, indistintamente, se juntaram em prol dos interesses da categoria, perdurando até a sucessão da diretoria de um dos sindicatos que, por sua vez, desde 2003, optou pelo não reconhecimento da referida carta, preferindo adotar a intransigência e o isolamento, ao invés de buscar o fortalecimento da Categoria,? lamenta o presidente. Para ele, em 2004 a paralisação funcionou porque ?sentimos a certeza concreta que a categoria queria a paralisação. A categoria é nosso norte. Não é a vontade política, nem o interesse pessoal e nem vaidade nenhuma, nosso ?norte? é a categoria, e hoje, na sua maioria, ela não está afim de um enfrentamento com o governo, neste momento?, ponderou Sarnei.

Em seguida, o presidente abriu a palavra para que os presentes manifestassem sua livre opinião sobre o assunto. Todos os agentes que pediram a palavra foram unânimes em seus discursos ao reafirmarem que realmente o momento não é adequado para uma possível greve.

Após a livre argumentação dos que pediram a palavra, o presidente do Sindasp-SP colocou em votação e propôs à Assembleia que, aqueles que fossem a favor de uma possível greve, que manifestassem seu desejo levantando as mãos. Resultado: absolutamente nenhum dos presentes expressou qualquer movimento e, por unanimidade, ninguém levantou as mãos (foto). Também vale ressaltar que o Sindcop (Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Penitenciário Paulista) da região de Bauru, realizou assembléia no último dia 2 e a decisão foi a mesma.

Ao final, decidiu-se que, embora haja motivos suficientes para se realizar uma greve geral devido ao abandono do governo à categoria, sabia e inteligentemente, todos optaram e ressaltaram que não é o momento para greve. ?Não temos dúvidas que os motivos são suficientes para justificar a greve. No entanto, partimos do princípio que ela deve se efetivar pela maioria. E, mesmo que haja predisposição da maioria, é preciso ainda, decidir qual o melhor momento. E esse certamente não é?, afirmou o presidente do Sindasp-SP.

Por fim, a Assembleia decidiu que, em janeiro de 2010, haverá uma nova Assembleia onde será deliberado pela categoria o plano de ação visando o resgate de direitos, com a possibilidade de uma greve geral.

Confira a Carta de Bauru citada pelo presidente do Sindasp-SP


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Fonte: jornalista Carlos Vítolo
Sindasp-SP – www.sindasp.org.br

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